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    Por que o governo vai pagar assessores para irem com Bolsonaro à posse de Milei?

    Despacho publicado no Diário Oficial da União autoriza afastamento de servidores entre os dias 7 e 10 de dezembro para essa finalidade

    Bolsonaro viajará para a Argentina e acompanhará a posse de Javier Milei como presidente da Argentina
    Bolsonaro viajará para a Argentina e acompanhará a posse de Javier Milei como presidente da Argentina 18/08/2023 REUTERS/Ueslei Marcelino

    Renata Souzada CNN

    São Paulo

    O governo federal pagará para dois assessores acompanharem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em sua viagem à Argentina para a posse de Javier Milei.

    O ex-mandatário embarca para Buenos Aires na quinta-feira (7) à noite, confirmou à CNN seu advogado e assessor, Fabio Wajngarten.

    Segundo despacho publicado na edição do dia 23 do Diário Oficial da União (DOU), o assistente Jossandro da Silva e o assistente técnico Estácio Leite da Silva Filho estão autorizados a se afastar do período de 7 a 11 de dezembro para acompanhar Bolsonaro.

    A autorização de afastamento inclui “o deslocamento, com ônus”, ou seja, com custos para a União. Questionado pela CNN, o Ministério da Casa Civil informou que “cada um dos servidores recebeu R$ 5.303,48 em diárias; a passagem aérea, com trecho de ida e volta, para cada um dos servidores custou US$ 1.658,00”.

    O direito é assegurado pelo decreto nº 6.381, de 2008, que dispõe sobre medidas de segurança e outras providências relacionadas a ex-presidentes da República.

    De acordo com a legislação, ficam garantidos o direito:

    • Aos serviços de quatro servidores para atividades de segurança e apoio pessoal;
    • A dois veículos oficiais, com os respectivos motoristas;
    • Ao assessoramento de dois servidores ocupantes de cargos em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores – DAS, nível 5.

    A jurista Soraia Mendes, especialista em Direito, Estado e Constituição, explica que, “em caso de viagens, as despesas pagas pela Presidência da República cobrem apenas os salários, passagens e diárias de seguranças e assessoria”. “Custos de viagens de ex-presidentes são arcados com recursos próprios”.

    A advogada ressalta que não apenas Jair Bolsonaro, mas todos os ex-presidentes vivos — exceto Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em seu terceiro mandato — têm direito aos benefícios.

    Sobre os recursos da DAS, Soraia diz que todos os valores “estão previstos em normas regulamentares públicas e assim como as demais despesas são custeadas com dotações próprias da Presidência da República”. “Ou seja, servidores ou servidoras e motoristas tem suas nomeações para cargos em comissão integrante do quadro dos cargos em comissão e das funções gratificadas da Casa Civil da Presidência da República”.

    VÍDEO – Bolsonaro infla comitiva em posse de Milei para “celebrar vitória da direita”

    Convite para posse

    O ex-presidente foi o primeiro convidado internacional de Javier Milei para a sua posse, que acontece no próximo dia 10, em Buenos Aires.

    Segundo apuração da CNN, Bolsonaro deve ir acompanhado por uma grande comitiva. A expectativa é de que cerca de 50 bolsonaristas estejam se programando para comparecer à cerimônia.

    De seu círculo mais próximo, devem estar presentes Michelle Bolsonaro, seus filhos Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ), além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto.

    Apesar do interesse demonstrado pelo grupo de bolsonaristas, que inclui de deputados estaduais a governadores, os lugares para que participem da posse não estão garantidos a todos.

    Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice, Geraldo Alckmin (PSB), não deverão ir à posse de Milei, disse o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta.

    Com isso, o governado federal deverá ser representado no evento pelo chanceler Mauro Vieira.

    *Com informações de Caio Junqueira, Jussara Soares, Pedro Venceslau e Raquel Landim, da CNN