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    Polícia Federal discorda do STF em investigações sobre atos

    PF afirmou ao ministro que a presença dos dados no inquérito apenas indica que eles são existentes dentro dos autos, não que são comprovados nem robustos

    Gabriela Coelho, da CNN em Brasília

    Documentos obtidos pela CNN mostram que, no dia 4 de junho, a Polícia Federal apresentou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), um pedido de autonomia para atuar e apontou lacunas nas investigações sobre atos que pedem o fechamento do Congresso Nacional e da Corte. 

    Segundo os documentos, a PF afirmou ao ministro que a presença dos dados no inquérito apenas indica que eles são existentes dentro dos autos, não que são comprovados ou robustos. Além disso, pediu para “postergar” ou cancelar a operação de busca e apreensão contra bolsonaristas suspeitos de envolvimento em atos antidemocráticos.

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    “Este documento não pretende questionar a correção ou a amplitude das proposições feitas pelo Ministério Público Federal, muito menos discutir atribuições constitucionais de cada órgão dentro do sistema de justiça criminal. Será sobre inicialmente qual é o modo de trabalho da Polícia Federal na atividade de investigação de crimes”, informou.

    Segundo a PF, “a plausibilidade e a consistência serão aferidas pela atividade policial de confrontação com outros dados que ingressarem na investigação”.

    A PF também apresenta argumentos relativos às formas possíveis de alcançar os resultados desejados pelo sistema de justiça criminal, e submeteu ao crivo de Moraes a eleição de um dos modos de atuação dos agentes para esclarecimento dos fatos.

    Nesta quarta-feira (17), dia seguinte à operação contra bolsonaristas acusados de apoiar a realização de atos antidemocráticos, autorizada por Moraes, a PF instaurou um inquérito policial. No documento, a PF afirma que o intuito é nortear a atuação dos policiais federais diante da escassez de informações. 

    “Com o escopo de tornar a investigação mais célere, objetiva e transparente às partes (acusação e defesa) e ao juízo, a metodologia empregada pela Polícia Federal impõe que a primeira atividade investigativa é a identificação e delimitação de quais são os fatos (os crimes) que devem ser esclarecidos, o que é feito pela elaboração de uma hipótese criminal para cada tipo penal a ser apurado”, disse. 

    Uma linha de apuração neste inquérito, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), busca esclarecer se os investigados se articularam com parlamentares e outras autoridades com prerrogativa de foro no STF “para financiar e promover atos que se enquadram em práticas tipificadas como crime pela Lei de Segurança Nacional (7.170/1983)”.

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