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    Polícia do Rio abre inquérito para apurar ataques homofóbicos a vereadora

    Ofensas foram proferidas à Mônica Benício durante uma live da Câmara do Rio

    Isabelle Resendeda CNN , Rio de Janeiro

    A Polícia Civil do Rio de Janeiro abriu um inquérito para apurar uma série de ataques homofóbicos feitos contra a vereadora Mônica Benício (PSOL) durante um chat promovido pela Câmara dos Vereadores. A instituição informou por meio de nota que irá solicitar à Justiça a quebra de sigilo de redes sociais para identificar a autoria dos ataques virtuais.

    A vereadora do Rio, ex-companheira de Marielle Franco, prestou queixa à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática nesta sexta-feira (20).

     

    Os ataques direcionados à vereadora aconteceram durante as sessões da Câmara de Vereadores do Rio que são transmitidas pelo Youtube. De acordo com o documento apresentado à polícia pela parlamentar, as ofensas foram feitas nos dia 30 de junho de 2021 e 05 de agosto de 2021 e são assinadas pelo perfil Rosiane N.Sol.

    O perfil citado no documento utiliza o símbolo “sapato”, em alusão à “sapatão”, e também o substantivo masculino “o vereador (sapato)” para se referir à vereadora, que é homossexual. Foram pelo menos 10 mensagens com dizeres ofensivos.

    Ataques homofóbicos à Mônica Benício em chat durante live da Câmara do Rio / Reprodução

    O requerimento da vereadora ressalta que o objetivo das mensagens é ofender e discriminar a parlamentar em razão da sua orientação sexual. Mônica Benício disse à CNN que não vai tolerar nenhum tipo de ofensa a respeito de sua orientação sexual ou por qualquer outro motivo.

    “Estamos no mês do orgulho e da visibilidade lésbica. A gente veio aqui para dizer que vai ter vereadora “sapatão” ocupando a Câmara Municipal sim e é bom que quem não goste já ir se acostumando. Não se trata de conduta isolada, mas reiterada, que alimenta a lesbofobia estrutural, responsável pelas diversas violências: física, sexual, psicológica e moral, perpetradas contra as mulheres lésbicas”, declarou a parlamentar.

    Segundo a vereadora, o perfil investigado tem relação com o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos). A polícia vai investigar se há mesmo conexão.

    Por nota, assinada pelo advogado Antonio Carlos Fonseca, o vereador Carlos Bolsonaro informou que não tem conhecimento dos fatos divulgados pela imprensa na data de hoje, e que não participa desse tipo de chat durante as sessões da Câmara de Vereadores e desconhece a pessoa que teria proferido as ofensas.

    Segundo a nota, relacionar o nome do vereador Carlos Bolsonaro com esses acontecimentos é mais uma tentativa de desgastar a sua imagem e dar maior repercussão aos fatos, que certamente serão elucidados pela Polícia Civil.