Planalto vê “punição exemplar” de primeiro réu do 8/1 no STF, dizem fontes
Julgamento também teve repercussão no Ministério da Justiça, onde funcionários ficaram incomodados com afirmações do ministro André Mendonça
A condenação do primeiro réu do 8 de janeiro a 17 anos de prisão e por cinco crimes, incluindo tentativa de golpe de Estado, foi vista no Palácio do Planalto como “punição exemplar”, segundo fontes disseram ao âncora da CNN Gustavo Uribe.
O julgamento do primeiro réu também teve repercussão no Ministério da Justiça.
As afirmações do ministro do André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), de que o Brasil e ele próprio gostariam de ver as imagens do prédio do Ministério da Justiça no dia 8 de janeiro causaram incômodo na pasta, informa a repórter Gabriela Prado.
Para interlocutores do ministro Flávio Dino, a fala de Mendonça não foi condizente com a postura do cargo que ele ocupa no STF. A fala foi durante o julgamento dos primeiros acusados dos atos golpistas de 8 de janeiro.
“Eu fui ministro da Justiça. Em todos esses movimentos de 7 de Setembro, como ministro da Justiça, eu estava de plantão, com uma equipe à disposição, seja no Ministério da Justiça, seja com policiais da Força Nacional, que chegariam em alguns minutos para impedir o que aconteceu. Não consigo entender como que o Planalto foi invadido da forma que foi invadido”, disse.
O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou, nesta quinta-feira (14), Aécio Lúcio Costa Pereira a 17 anos de prisão em regime inicial fechado, além de multa por sua participação nos atos criminosos de 8 de janeiro.
Aécio deverá pagar R$ 44 mil e indenização por dano moral coletivo no valor de R$ 30 milhões de forma solidária (em conjunto) com outros condenados.
A proposta vencedora foi apresentada pelo relator do caso, ministro Alexandre de Moraes. Seguiram integralmente o seu voto os ministros: Edson Fachin, Luiz Fux, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes e Rosa Weber.
Veja também: Mendonça e Moraes discutem sobre atuação as forças de segurança no 8/1
*Publicado por Pedro Jordão, da CNN em São Paulo