Planalto avalia deputado do Centrão e Onyx para líder do governo na Câmara
Caso Major Vitor Hugo (PSL-GO) vá para o MEC, o principal cotado é Ricardo Barros (PP-PR) para assumir a liderança do governo na Câmara
A possibilidade de o deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO) assumir o Ministério da Educação já movimenta os bastidores em torno de seu possível substituto na liderança do governo na Câmara. O nome mais cotado para o posto hoje é o do deputado Ricardo Barros (PP-PR).
Ex-ministro da Saúde do governo Michel Temer (MDB), o parlamentar é considerado um político habilidoso e tem bom relacionamento com a cúpula do Congresso. Ele tem apoio de parte dos partidos do Centrão e do ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos.
A indicação de Barros já vinha sendo articulada por Ramos nos bastidores há pelo menos um mês, ou seja, antes mesmo de Abraham Weintraub deixar o comando do MEC. O ministro da Secretaria de Governo sempre defendeu a saída de Vitor Hugo da liderança.
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Outra possibilidade avaliada por Bolsonaro é tirar Onyx Lorenzoni do Ministério da Cidadania e indicá-lo como líder do governo na Câmara. À CNN, auxiliares ressaltam que o presidente tem reclamado do ministro e poderia aproveitar a mudança no MEC para tirá-lo da Esplanada.
Aliados do chefe do Palácio do Planalto dizem que ele já estava descontente com Onyx desde que o trocou da Casa Civil para a Cidadania, em fevereiro, mas as denúncias de irregularidades na concessão do auxílio emergencial teriam aumentado essa insatisfação.
Nos últimos meses, órgãos como a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU) apontaram pagamentos indevidos a milhões de brasileiros que não tinham direito ao benefício, entre eles, centenas de jovens militares das Forças Armadas.
Apesar da articulação do Planalto para Vitor Hugo assumir o MEC, algumas siglas do Centrão, como o PL, avaliam que, para o grupo, seria mais vantajoso manter o deputado na liderança. Segundo dirigentes partidários, o parlamentar é considerado inexperiente do ponto de vista político — o que abre caminho para que o Centrão, informalmente, encabece as negociações de interesse do Palácio do Planalto.
Além disso, sem assumir o cargo, os partidos que agora negociam a formação de uma base aliada no Congresso poderiam se descolar da narrativa do Executivo com menor desgaste se for conveniente em algum momento.
Em entrevista no início da tarde desta terça-feira (7), Bolsonaro admitiu publicamente que Vítor Hugo está cotado para o MEC. Nesta segunda-feira (6), o presidente e o parlamentar almoçaram no Planalto, fora da agenda, quando discutiram temas ligados à educação.