PL deve indicar presidente da CPI do 8/1; governo luta para não ficar sem comando
Deputado André Fernandes (PL-CE), que é investigado no STF por publicações na internet em que chama para os atos, deve ser indicado à presidência da comissão mista, que inclui também senadores
O PL deve indicar o deputado André Fernandes (PL-CE), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, para a presidência da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do 8 de janeiro. Também quer o ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), Alexandre Ramagem (PL-RJ), no grupo.
Como Fernandes é autor do pedido de criação da comissão mista, Valdemar Costa Neto, presidente do PL, tem afirmado que logicamente a legenda ficará no comando da comissão, seja pela presidência ou pela relatoria.
A decisão passa por um acordo interno das siglas e dos futuros integrantes da CPMI.
Por se tratar de comissão mista, haverá tanto deputados quanto senadores.
A fim de manter algum equilíbrio, se um deputado for o escolhido para a presidência, a relatoria deverá ficar com um senador.
Diante de um cenário de fortalecimento da oposição, com a demissão do ministro do gabinete de Segurança Institucional Gonçalves Dias, o governo briga para não ficar de fora da mesa de comando da CPMI.
Além das funções de presidente e relator, há a vaga de vice-presidente e os primeiros substitutos da mesa.
Do lado governista, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) estão entre os possíveis nomes que serão indicados.
A quantidade de membros das CPMI pode ser de, pelo menos, 60 pessoas, entre suplentes e titulares.
O número exato é fixado no ato de sua criação, devendo ser igual a participação de deputados federais e senadores.
Possível indicado pelo PL é investigado em inquérito que apura atos
Autor do pedido da CPMI e possível indicado à presidência da comissão, o deputado André Fernandes é investigado em inquérito no STF por possível envolvimento nos atos criminosos do dia 8 de janeiro.
O parlamentar foi incluído nas investigação por publicar vídeos em que convocava “ato contra o governo Lula” para 8 de janeiro. Após as invasões, ele postou a imagem da porta de um armário vandalizado do STF, com o nome do ministro Alexandre de Moraes, acompanhada pela legenda: “Quem rir vai preso”.
O inquérito do STF investiga supostos crimes de terrorismo, incitação ao crime, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, entre outros, por parte dos parlamentares.
Também são investigados no inquérito as deputadas Clarissa Tércio (PP-PE) e Sílvia Waiãpi (PL-AP).