Pivô da CPI, Pazuello é incentivado a concorrer ao governo do AM
General nega que exista, de sua parte, interesse em candidatura
A participação de Eduardo Pazuello nas manifestações deste domingo (23) expôs um lado ainda pouco conhecido dele: o político. Para um ex-ministro da Saúde, nada mais do que controverso aparecer em uma aglomeração sem máscara. Para um general da ativa, chega a ser uma infração, prevista no regulamento do Exército, a participação em eventos do tipo. Neste contexto, quem mandou, e Pazuello obedeceu, foi a pretensão política de se cacifar para 2022.
Apoiadores de Pazuello ouvidos pela CNN afirmam que o militar tem sido incentivado a concorrer para uma vaga de governador, no ano que vem. Roraima e Amazonas são os estados comentados.
O primeiro por causa do bom desempenho do general no programa de acolhimento de venezuelanos; o segundo porque o ex-ministro mantém relações com o local antes mesmo de virar militar, antes também da crise de oxigênio que abalou o estado. A família de Pazuello é uma das mais conhecidas entre os amazonenses, atuou em múltiplos negócios por décadas, especialmente em uma financeira.
Quando perguntado, Pazuello nega que exista, de sua parte, interesse em candidatura.
Por coincidência, o presidente da CPI da Pandemia é do Amazonas. À CNN, nesta segunda-feira, o senador Omar Aziz, que já foi governador do estado, afirmou que não pretende politizar a comissão. Perguntado sobre as pretensões de Pazuello, respondeu que a decisão cabe somente ao ex-ministro. “Neste momento, estou muito mais preocupado em fazer o trabalho sem politização. Não tenho relações políticas com ele. Não comungo com as posições dele. Não me permito estar discutindo isso nesse momento”, afirmou Aziz.
Outro político da CPI, também perguntado pela CNN, afirmou que para ser candidato Pazuello apenas precisa ter mais de 30 anos e filiação política. O general tem 58 anos e, para se filiar, bastaria deixar a ativa e ir para reserva do Exército — o que pode ocorrer. Pazuello tem 3 estrelas, que é o topo da carreira militar para generais de intendência, que, como ele, optaram pela área de organização e logística das Forças Armadas.