Pfizer pede que gerente geral preste depoimento por vídeo em CPI
Alegação é de que Marta Díez assumiu o posto em fevereiro deste ano e, segundo a empresa, não teve participação nas tratativas com o governo federal
Os laboratórios Pfizer pediram à CPI da Pandemia que dispense Marta Díez, presidente da empresa no Brasil, de prestar depoimento na próxima quinta-feira (13).
A alegação é de que Díez assumiu o posto em fevereiro deste ano e, segundo a Pfizer, não teve participação nas tratativas com o governo federal sobre a aquisição da vacina. Além disso, a presidente mora no Chile e não fala português fluentemente. “A Pfizer entende, respeitosamente, que Marta Díez teria pouco a contribuir à elucidação dos fatos sob apuração por essa CPI”, defendeu a advogada Shirley Meschke, representante dos laboratórios.
Em pedido marcado como confidencial e urgente, a Pfizer pede ainda que Carlos Murillo, gerente geral da América Latina, preste depoimento por vídeo à CPI. A empresa garante que, dessa forma, ele “poderá esclarecer os fatos relacionados às negociações com o Governo Federal desde 2020 para a aquisição de vacinas da Pfizer”.
O depoimento de Murillo é fundamental para investigação no atraso da compra de vacinas, segundo senadores. Estrategicamente, a cúpula da CPI adiou o depoimento de Ernesto Araújo, ex-ministro de Relações Exteriores, para que as oitivas de representantes da Pfizer sejam consecutivas à de Fábio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação do governo.
A analista Thaís Arbex revelou que Wajngarten pretende levar à CPI da Pandemia uma carta de agradecimento da Pfizer a ele assinada por Murillo.
A possibilidade de Carlos Murillo falar de forma remota é baixa, segundo senadores ouvidos pela CNN. A avaliação é que, presencialmente, as testemunhas não correm risco de serem orientadas por advogados diante das perguntas de senadores.
A possibilidade de depoimento remoto já foi rechaçada pela CPI quando do adiamento do depoimento do ex-ministro Eduardo Pazuello.