PF indicia padre no inquérito do golpe; saiba quem é
Sacerdote José Eduardo de Oliveira e Silva é suspeito de integrar núcleo jurídico que formatou decretos e minuta para golpe de estado no Brasil após as eleições presidenciais de 2022
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Em fevereiro deste ano, o padre foi alvo da PF em busca e apreensão. • Redes Sociais
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Em fevereiro deste ano, o padre foi alvo da PF em busca e apreensão.
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Em fevereiro deste ano, o padre foi alvo da PF em busca e apreensão. • Redes Sociais
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Além do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), outras 36 pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal (PF) no inquérito que investiga tentativa de golpe de Estado no Brasil após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais de 2022.
Entre os indiciados está o padre da Igreja Católica José Eduardo de Oliveira e Silva, que teria participado de reunião sobre golpe com Bolsonaro. Veja a lista completa abaixo.
O sacerdote nasceu em Piracicaba (SP) e ainda criança se mudou para Carapicuíba (SP), onde descobriu a vocação sacerdotal. José Eduardo foi ordenado sacerdote da Diocese de Osasco (SP) em 2006 e é atualmente é Pároco da Paróquia São Domingos na cidade.
O padre dá palestras de temas como gênero, aborto, defesa da família e educação. Em 2017, ele ganhou atenção o nas redes sociais ao postar frases polêmicas em relação à ideologia de gênero e chegou a sugerir que a indústria farmacêutica deveria criar “um calmante em forma de supositório”.
José Eduardo também escreveu que tinha saudades “dos tempos em que o banheiro servia só para necessidades fisiológicas e não para exibicionismos de autoafirmação sexual”.
Nas redes sociais, o sacerdote acumula 424 mil seguidores e produz conteúdos religiosos e de ensino da teologia. O homem é doutor em Teologia Moral pela Universidade da Santa Cruz, em Roma. No Youtube, plataforma onde o padre publica aulas, concentra 136 mil seguidores.
Como professor, o padre oferece cursos religiosos com valores que ultrapassam R$ 800,00 por ano.
Padre foi alvo de busca e apreensão
Em fevereiro deste ano, o padre foi alvo da PF em busca e apreensão. O religioso é suspeito de integrar o núcleo jurídico que formatou decretos e minuta que serviriam para um golpe de estado no Brasil após as eleições presidenciais de 2022.
De acordo com a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o padre é citado como integrante do núcleo jurídico do esquema golpista. O papel do grupo seria o “assessoramento e elaboração de minutas de decretos com fundamentação jurídica e doutrinária que atendessem aos interesses golpistas do grupo investigado”.
Os agentes da PF apreenderam equipamentos e documentos do clérigo. A investigação indicou que o padre participou de reunião com Filipi Martins e Amauri Feres Saad no dia 19 de novembro de 2022 em Brasília (DF). Ambos também foram indiciados nesta quinta-feira (21). Os controles de entrada e saída do Palácio do Planalto registraram a entrada e a saída do religioso da sede do governo federal naquela data.
A decisão do ministro Alexandre de Moraes descreve que “como apontado pela autoridade policial, ‘José Eduardo possui um site com seu nome no qual foi possível verificar diversos vínculos com pessoas e empresas já investigados em inquéritos correlacionados à produção e divulgação de notícias falsas’”.
O que diz a defesa de José Eduardo de Oliveira e Silva
“Menos de 7 dias depois de dar depoimento à Polícia Federal o meu cliente vê seu nome estampado pela Polícia Federal como um dos indiciados pelos investigadores. Os mesmos investigadores que não se furtaram em romper a lei e tratado internacional ao vasculhar conversas e direções espirituais realizadas pelo padre os possuem garantia de sigilo.
Quem deu autorização à Polícia Federal de romper o sigilo das investigações? Até onde eu sei o Ministro Alexandre de Moraes decretou sigilo absoluto. Não há qualquer decisão do magistrado até o momento rompendo tal determinação.
A nota da Polícia Federal com a lista de indiciados é mais um abuso realizado pelos responsáveis da investigação e, tendo publicado no site oficial do órgão policial, contamina toda instituição e a torna responsável pela quebra da determinação do Ministro de sigilo absoluto.”
Veja quem são os indiciados:
- Ailton Gonçalves Moraes Barros
- Alexandre Castilho Bitencourt da Silva
- Alexandre Rodrigues Ramagem
- Almir Garnier Santos
- Amauri Feres Saad
- Anderson Gustavo Torres
- Anderson Lima de Moura
- Angelo Martins Denicoli
- Augusto Heleno Ribeiro Pereira
- Bernardo Romao Correa Netto
- Carlos Cesar Moretzsohn Rocha
- Carlos Giovani Delevati Pasini
- Cleverson Ney Magalhães
- Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira
- Fabrício Moreira de Bastos
- Filipe Garcia Martins
- Fernando Cerimedo
- Giancarlo Gomes Rodrigues
- Guilherme Marques de Almeida
- Hélio Ferreira Lima
- Jair Messias Bolsonaro
- José Eduardo de Oliveira e Silva
- Laercio Vergilio
- Marcelo Bormevet
- Marcelo Costa Câmara
- Mario Fernandes
- Mauro Cesar Barbosa Cid
- Nilton Diniz Rodrigues
- Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho
- Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira
- Rafael Martins de Oliveira
- Ronald Ferreira de Araujo Junior
- Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros
- Tércio Arnaud Tomaz
- Valdemar Costa Neto
- Walter Souza Braga Netto
- Wladimir Matos Soares
Os 37 foram indiciados pelos crimes de:
- abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- golpe de Estado;
- e organização criminosa
*Com informações da Agência Brasil