PF indicia Anderson Torres e Silvinei Vasques em inquérito que investiga blitze da PRF durante eleições em 2022
Indiciamento foi por indícios de que eles teriam dado ordens para dificultar o trânsito de eleitores de Lula
A Polícia Federal (PF) indiciou nesta sexta-feira (16) o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques.
Os dois são suspeitos de atuar para dificultar o trânsito de eleitores do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições de 2022.
Além de Torres e Silvinei, a PF indiciou quatro policiais federais: Alfredo de Souza Lima Coelho Carrijo, Fernando de Sousa Oliveira, Leo Garrido de Salles Meira, Marília Ferreira de Alencar.
O indiciamento se baseia no artigo 359-P do Código Penal, que penaliza quem restringir, impedir ou dificultar, com emprego de violência física, o exercício de direitos políticos a qualquer pessoa em razão da procedência nacional.
A PF também pediu ao Supremo Tribunal Federal mais prazo para continuidade das investigações, interrogatórios dos indiciados e, por fim, apresentar o relatório conclusivo.
A CNN tentou contato com a defesa de todos os citados. O único retorno, até o momento, é de Silvinei Vasques.
A defesa do ex-diretor da PRF argumenta que a acusação de bloqueio de estradas por preferência política não existe no Código Penal e, por essa razão, a conduta não é passível de punição. O advogados Eduardo Pedro Nostrani Simão explicou que, mesmo se o fato imputado a Silvinei tivesse existido, seria classificado, no máximo, como prevaricação – delito que geralmente não resulta em prisão. Nostrani diz ainda confiar que a Procuradoria Geral da República reconhecerá essas falhas e não permitirá o avanço da acusação.
*Colaborou Jussara Soares
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