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    PF diz que Mauro Cid buscou suporte jurídico para golpe de Estado

    Segundo a Polícia Federal, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro reunia documentos que pudessem justificar a atuação das Forças Armadas

    Da CNN

    A Polícia Federal (PF) concluiu que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), “reuniu documentos com o objetivo de obter o suporte jurídico e legal para a execução de um golpe de Estado“.

    A suspeita surgiu depois de análise de dados e mensagens no aparelho celular do militar. As informações são da âncora da CNN Daniela Lima.

    A PF diz ainda que “o investigado compilou estudos que tratam da atuação das Forças Armadas para a garantia dos Poderes Constitucionais e GLO [Garantia da Lei e da Ordem]. Os documentos tratam da possibilidade de emprego das Forças em caráter excepcional destinado a assegurar o funcionamento independente dos Poderes”.

    A análise identificou ainda que Cid usa um vídeo de um jurista que deu suporte para teses de teor golpista baseadas no artigo 142 da Constituição.

    O encontro de um documento apócrifo [sem assinatura] enviado a partir de um número atribuído a Cid levou à produção do relatório da PF. Segundo essa investigação, no dia 28 de novembro de 2022, já depois da derrota de Bolsonaro nas eleições, Cid enviou três imagens que chamaram a atenção dos policiais.

    As fotografias seriam backup de um documento que, em seu parágrafo final, dizia: “diante de todo o exposto e para assegurar a necessária restauração do Estado Democrático de Direito no Brasil, jogando de forma incondicional dentro das quatro linhas, com base em disposições expressas da Constituição Federal de 1988, declaro o estado de sítio e, como ato contínuo, declaro operação de Garantia da Lei e da Ordem”.

    Além disso, foram identificadas mensagens do coronel Jean Lawand, sugerindo o golpe. O conteúdo trazia pedidos de Lawand para que Cid convencesse Bolsonaro a ordenar uma intervenção militar no país, após a derrota nas eleições para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    “Os referidos estudos possivelmente serviram de fundamento para a confecção de uma minuta de decretação de Estado de Sítio e Garantia da Lei e da Ordem – GLO, identificada no aplicativo WhatsApp de Mauro Cesar Cid”, afirma o delegado Fábio Alvarez Shoir, em relatório enviado ao ministro Alexandre de Moraes.

    O magistrado retirou nesta sexta-feira (16) o sigilo do relatório da PF que contém a análise de mensagens e documentos nos celulares de Cid, sua esposa Gabriela Santiago Cid e do sargento do Exército Luis Marcos dos Reis, ex-integrante da Ajudância de Ordens de Bolsonaro.

    Após a revelação do material encontrado no celular de Mauro Cid, a defesa do ex-presidente Bolsonaro se manifestou, afirmando que ele “jamais participou de qualquer conversa sobre um suposto golpe de Estado”.

    *Publicado por Fábio Munhoz, com informações de Daniela Lima e Lucas Mendes, da CNN

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