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    PF deve manter provas, mas defesa de Bolsonaro sai ganhando, dizem especialistas

    Vazamento não tem valor jurídico e não poderia ser usado contra o colaborador

    Raquel LandimPedro Venceslauda CNN , São Paulo

    Com a volta de Mauro Cid para a prisão, a Polícia Federal pode até conseguir manter as provas contra Jair Bolsonaro, mas a defesa do ex-presidente sai ganhando, avaliam criminalistas ouvidos pela CNN.

    A avaliação é que os depoimentos de Cid ficam “desacreditados” e eles são fundamentais nos mais diversos casos desde a trama golpista até a falsificação do cartão de vacina.

    “É um gol de placa para a defesa de Bolsonaro. Metade da história fica comprometida”, disse o advogado criminalista Celso Vilardi.

    Se a delação de Cid for rompida, ele também se torna réu e fica desobrigado a falar a verdade, o que dificulta ainda mais o trabalho dos investigadores

    Outro advogado criminalista ouvido pela CNN, Fábio Toffic explica que o acordo de delação é “leonino”. Ou seja: é desvantajoso para uma das partes. Sendo assim, Cid pode perder os direitos e benefícios, mas ainda arcar com o ônus.

    A delação pode ser anulada, mas as provas continuam valendo.

    Mas caso Cid confirme às autoridades o “desabafo” revelado pela Veja, e diga que foi “coagido”, as autoridades terão então que avaliar.

    Nesse caso, segundo especialistas, a Justiça deve decidir se aceita o argumento de que ele foi coagido.

    Então se abriria um debate sobre a validade das provas e os desdobramentos da investigação.

    Para Pierpaolo Botini, advogado criminalista, o áudio vazado em si não tem valor jurídico e não pode ser usado para anular a delação.

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