PF avalia depoimentos simultâneos de quem participou de reunião sobre plano golpista
Encontro para discutir o plano foi citado na delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid; ideia de fazer depoimentos simultâneos busca evitar combinações de versões
A Polícia Federal (PF) avalia ouvir de forma simultânea as autoridades que participaram da reunião em que um plano de golpe de Estado teria sido tramado logo após as eleições do ano passado.
A data desses depoimentos simultâneos ainda não foi definida. Investigadores, no entanto, dizem que as oitivas vão acontece “em breve.” O encontro para discutir um plano de golpe foi citado na delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid.
Segundo o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), todos os chefes das Forças Armadas à época participaram do encontro com o ex-presidente.
São eles: o general Freire Gomes, do Exército, o brigadeiro Carlos Baptista Júnior, da Aeronáutica, e o almirante Almir Garnier, da Marinha. De acordo com Cid, Freire Gomes se posicionou contrário à decretação de um Estado de Defesa. Mas Almir Garnier teria se posicionado a favor.
A ideia de fazer depoimentos simultâneos é para evitar combinações de versões. O expediente já foi adotado no passado pela PF, inclusive em depoimento de Bolsonaro.
Agentes da PF ainda esperam que Cid entregue o texto que teria sido levado ao ex-presidente para a decretação do Estado de Defesa. O documento seria uma prova material sobre a delação premiada do militar da ativa.
O Estado de Defesa é decretado quando busca preservar ou restabelecer a ordem pública. Ele é decretado quando há iminente instabilidade institucional ou calamidade climática de grandes proporções.
Esse decreto permite, por exemplo, que ocorram restrições de sigilo de correspondências e de comunicações, além de limitações sobre o direito de reunião.