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    PF: Assessores chamavam Alexandre de Moraes com codinome “professora”

    Conversas entre Marcelo Câmara e Mauro Cid mostram monitoramento da localização do ministro do STF

    Lucas MendesRenata Souzada CNN , Brasília e São Paulo

    A apuração da Polícia Federal (PF) identificou em conversas entre o coronel do Exército Marcelo Câmara e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), que Alexandre de Moraes era chamado pelo codinome “professora”.

    As conversas entre os assessores do ex-presidente mostram que a localização da tal “professora” estava sendo monitorada pela dupla.

    “A investigação constatou que os deslocamentos entre Brasília e São Paulo do ministro Alexandre de Moraes são coincidentes com os da pessoa que estava sendo monitorada e acompanhada pelo grupo”, diz trecho da decisão assinada pelo ministro relator da investigação, Alexandre de Moraes.

    “Assim, o termo “professora” utilizado por Mauro Cid e Marcelo Câmara seria um codinome para a ação que tinha o Ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como alvo”, acrescenta.

    O documento embasou a operação deflagrada nesta quinta-feira (8), que investiga a organização criminosa que teria atuado na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito para manter o ex-presidente no Poder após a derrota nas eleições de 2022.

    Acesso privilegiado a informações

    Em mensagens trocadas pelos assessores entre os dias 15 e 24 de dezembro de 2022, a localização da “professora” é citada mais de uma vez.

    A decisão considera ainda que os dados referentes ao itinerário de Moraes compartilhados por Câmara, dos próximos 15 dias de deslocamento, indicam “acesso privilegiado de informações pelo grupo”.

    “As circunstâncias identificadas evidenciam ações de vigilância e monitoramento em níveis avançados, o que pode significar a utilização de equipamentos tecnológicos fora do alcance legal das autoridades de controle”, diz o documento.

    De acordo com o texto, a possibilidade de que o monitoramento de autoridades não tenha cessado exigiu a decretação de custódia do envolvido.

    Junto com outros três investigados, Marcelo Câmara foi alvo de mandado de prisão nesta quinta-feira.

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