PF arquiva processo contra delegado após suspeita de vazar dados
Corregedoria informou que não há provas contra Cláudio Bandel Tusco, que chegou a ser indiciado pela Polícia Civil do DF
A Polícia Federal (PF) arquivou o processo disciplinar contra o delegado Cláudio Bandel Tusco, do Distrito Federal. O investigador virou alvo de apuração por violação de sigilo funcional ao repassar dados de um delegado da Polícia Civil do DF a outra pessoa fora da instituição.
O arquivamento é de segunda-feira (29), assinado pelo superintendente da PF no DF, Cezar Luiz Busto de Souza, e diz que não há provas sobre o caso.
“Não apresentação de novas provas que pudessem modificar o entendimento já aventado pela Comissão Permanente de Disciplina desta Superintendência Regional. Concluindo pela ausência de justa causa para indiciamento do Delegado”, diz o despacho.
A PF finaliza: “face à análise técnica e isenta apresentada pela comissão, resta a este subscrevente concordar com os termos lá propostos, razão pela qual determino o arquivamento do processo”. A ação poderia resultar na demissão de Tusco dos quadros da Polícia Federal.
O delegado que teve o dado repassado o acusou de ter violado sigilo funcional e indiciou o delegado federal por crime federal. O indiciamento, porém, foi tornado sem efeito pelo Poder Judiciário porque é atribuição federal a suposta ilegalidade e não do delegado civil.
À época, Tusco foi interrogado e declarou que os dados eram públicos e somente foram utilizados para representação dos policiais civis perante à Corregedoria-Geral.
Cláudio Tusco é delegado da PF há 22 anos e já foi cotado para ser secretário de Segurança Pública do DF após a intervenção federal do ano passado, com apoio do PT, partido onde tem bom trânsito. O governo, no entanto, escolheu Sandro Avelar, atual titular da pasta, com endosso do PSB.
A CNN procurou o delegado para comentar o arquivamento; ele preferiu não se manifestar.