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    PF aciona USP para analisar origem de pepita de ouro encontrada com Valdemar

    Parceria com pesquisadores pode indicar região de onde minério apreendido foi extraído; primeira etapa da perícia apontou que o material tem origem no garimpo

    Marina Demorida CNN , Brasília

    Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) estão analisando a pepita de ouro encontrada na casa do presidente do Partido Liberal(PL), Valdemar Costa Neto, na tentativa de rastrear a sua região de origem.

    O material foi enviado à instituição pela Polícia Federal. A primeira etapa da perícia, realizada no Instituto de Criminalística da PF em Brasília, atestou que a pepita é originária de garimpo.

    A conclusão tem como base características da pedra, como a estrutura mineralógica e um formato de “esponja” que permitem esse tipo de identificação.

    O laudo ainda aponta que a pepita não passou por nenhum tipo de processamento, o que é típico da garimpagem.

    Segundo peritos que participaram do trabalho, não foi possível, no entanto, rastrear a localidade exata da extração do ouro por conta da ausência de outros minérios na superfície do material apreendido, que estava “muito limpo”.

    Para fazer uma análise mais aprofundada, o material apreendido foi enviado para um laboratório de análises da USP, que possui um equipamento capaz de identificar tipos específicos de isótopos do material.

    A partir dessa identificação, pode ser possível rastrear, por exemplo, o estado de origem do ouro apreendido.

    Ainda de acordo com profissionais que atuam no caso, a perícia sempre trabalha com comparações, e a conclusão vai depender do banco de amostras de ouro que já existe.

    De qualquer forma, com maior ou menor precisão, a expectativa é de que a análise aponte a região de origem do material. O trabalho pode se estender por até 40 dias.

    O cruzamento de informações da investigação pode embasar, por exemplo, a hipótese de o material ter sido extraído de forma ilegal.

    Investigação de crime de usurpação mineral

    A pepita de ouro, apreendida pela PF na casa de Valdemar Costa Neto, durante cumprimentos de mandados de busca e apreensão na operação Tempus Veritatis, pesa 39,18 gramas e tem 95,26% de grau de pureza, segundo a perícia inicial realizada pela PF. O valor estimado é de R$ 11,7 mil.

    Se for comprovado que o material foi extraído de forma ilegal, a vida do presidente do partido de Jair Bolsonaro pode se complicar ainda mais.

    Valdemar Costa Neto, que foi preso na operação, é investigado pela suspeita de crime de usurpação mineral e vai ter de explicar aos investigadores a origem do ouro.

    Os advogados do político afirmaram, na época, que “não há fato relevante algum” e que a pedra apreendida “tem baixo valor e não configura delito, segundo a própria jurisprudência”.

    “Como pode alguém ser detido por ser portador de uma pedra guardada há anos como relíquia e que, segundo a própria auditoria da Polícia Federal, vale cerca de 10 mil reais?”, diz a nota.

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