Perícia do Senado confirma problema renal de reverendo que deporia à CPI
Chamado à depor, Amilton Gomes de Paula apresentou atestado de 15 dias em razão de doença
A perícia da área médica do Senado Federal confirmou o problema de saúde atestado pelo reverendo Amilton Gomes de Paula para não depor à CPI da Pandemia nesta quarta-feira (13). Segundo atestou o religioso, confirmado pela perícia, ele sofre de um problema renal que o impede de ir à comissão.
Inicialmente, a expectativa era que o reverendo fosse ao Senado para esse exame. A pedido, no entanto, os médicos foram até a residência do religioso em Brasília.
Líder de uma organização não-governamental, Amilton Gomes de Paula foi citado como uma pessoa que teria ajudado a intermediar o acesso a autoridades da República por parte de empresas interessadas na venda de vacinas.
Representante oficial no Brasil da Davati Medical Supply, Cristiano Alberto Carvalho afirmou à CNN que ouviu diretamente do reverendo Amilton Gomes de Paula que o grupo teria um encontro com o presidente Jair Bolsonaro ou com integrantes da Casa Civil da Presidência.
De acordo com ele, o reverendo relatou que a reunião ocorreria dias após encontro realizado em 12 de março com o então secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco. Carvalho afirma que a conversa com a presidência acabou não ocorrendo e ele retornou então de Brasília no dia 14 de março.
A Davati é a empresa que tentou fechar, com a ajuda do reverendo Amilton de Paula e do cabo da PM Luiz Paulo Dominghetti, um contrato bilionário de venda de vacinas com o Ministério da Saúde no início deste ano.
Por causa das tratativas, Cristiano entrou na mira da CPI da Pandemia e seu depoimento está previsto para esta semana. Ele aceitou detalhar à CNN o que pretende dizer aos senadores.
De acordo com Carvalho, a sinalização do reverendo sobre um encontro com o presidente ocorreu durante um almoço na casa do líder religioso em Brasília no dia 12 de março, uma sexta-feira.
Com eles, estavam ainda Luiz Paulo Dominghetti, o coronel Hélcio Bruno, do Instituto Força Brasil, e funcionários da Senah (Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários), entidade dirigida pelo reverendo.
Agenda
Segundo o analista de política da CNN Gustavo Uribe, a tendência é que a CPI da Pandemia antecipe o depoimento do coronel Marcelo Blanco, ex-diretor-substituto de Logística do Ministério da Saúde, que estava previsto para quinta-feira (15).
Se isso ocorrer, a oitiva de Cristiano Carvalho, representante da Davati Supply, e que teria negociado vacinas da AstraZeneca com suposto pedido de propina, passaria para quinta-feira (15).