Pela primeira vez em 8 anos, Rio não terá militares na segurança das eleições
Em geral, pedidos para atuação de Forças Armadas em eleições são aceitos pelo TSE desde que tenham o aval dos governadores
A segurança das eleições no Rio de Janeiro não terá reforço dos militares pela primeira vez desde 2012. Após reuniões entre o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) Cláudio Brandão de Oliveira e o governador em exercício Cláudio Castro, ficou acertado que o reforço não seria solicitado ao Tribunal Superior Eleitoral – a quem cabe deliberar se há necessidade de tropas federais e encaminhar a solicitação para o Ministério da Defesa. A CNN apurou que o tema foi discutido desde o mês de agosto, quando Wilson Witzel governava o Rio. Tanto ele como Cláudio Castro entenderam que não havia necessidade de solicitar reforço, razão pela qual o TRE não encaminhou a solicitação.
Nas últimas quatro eleições – duas estaduais e duas municipais — militares atuaram para garantir o exercício do voto em locais conflagrados no estado, seja fazendo patrulhamento ou distribuição de urnas em áreas consideradas de risco. Em geral, pedidos para atuação de Forças Armadas em eleições são aceitos pelo TSE desde que tenham o aval dos governadores. Até agora, Amazonas, Pará, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Acre, Tocantins e Alagoas já solicitaram auxílio de tropas.
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Fontes que organizam a segurança das eleições no estado algumas duas frentes de atuação importantes para o próximo domingo. A Polícia Civil irá ceder dois veículos blindados para transportar urnas para o Complexo da Maré, conjunto de favelas na Zona Norte do Rio, avaliada como “área politicamente mais complicada” da capital. Agentes da corporação serão espalhados por zonas eleitorais sobretudo na Baixada Fluminense e na Zona Oeste, em que há predominância de milícias.
Além disso, a Polícia Rodoviária Federal irá montar cinco operações especiais em estradas no Rio em locais analisados como de “risco”para ocorrências. Serão montados bloqueios na área da Costa Verde, onde fica a cidade de Angra dos Reis, e nas estradas que levam a cidades como Itaguaí e Duque de Caxias.
O pleito do próximo domingo (15) já será atípico em virtude da pandemia de coronavírus, e é acompanhado pelas forças de segurança do estado em meio a uma escalada da violência política no estado. Levantamento da plataforma Fogo Cruzado mostrou que o Rio tem em média 9 políticos baleados por ano desde 2016: foram 46 ocorrências do tipo e 38 óbitos.