Paulo Guedes está cedendo para não perder muito e sobreviver, diz Sidney Rezende
O ministro da Economia disse, em entrevista à CNN, que 'talvez desista' de criar um novo imposto com base digital
No quadro Liberdade de Opinião desta sexta-feira (16), Sidney Rezende analisou a declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, que disse, em entrevista à CNN, que “talvez desista” de criar um novo imposto com base digital, conhecida como “nova CPMF“. Veja também a participação de Alexandre Garcia.
Para o comentarista, Guedes “está se reinventando”. “Ele está cedendo, jogando o jogo e tendo paciência. Ou seja, ele está tirando o que colocava como prioridade para apresentar talvez depois, e aceitando o que o time adversário está propondo para não perder muito – e, se possível, ficar no zero a zero que já não está”, analisou.
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Rezende ainda disse acreditar que “Guedes está se segurando neste jogo até o final deste ano” e fará uma virada após as eleições.
“Tenho, para mim, que Guedes está se segurando neste jogo até o final deste ano – que é eleitoral e não vão acontecer essas medidas”, afirmou o jornalista.
“Ele está se segurando como um sobrevivente para terminar o ano e renovar o próximo com um novo presidente da Câmara, e aí vamos ver um Paulo Guedes 2. O sobrevivente vai virar um grande guerreiro com a espada na mão. Acho que isso vai acontecer no ano que vem”, considerou.
Nessa quinta-feira (15), Guedes declarou à CNN: “A mídia, por exemplo, quer desonerar a folha [de pagamento], não quer? Esse imposto só entraria se fosse pra desonerar. Talvez nem precise, talvez eu desista, disse Guedes.
Nesta semana, o ministro vem se reunindo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e já disse que o Brasil ainda busca uma forma responsável e sustentável de financiar o Renda Cidadã.
O maior desafio é achar um espaço no orçamento sem furar o teto de gastos. A intenção é abarcar o mesmo público beneficiário do auxílio emergencial durante a pandemia, assim aumentando o número de beneficiários e também o valor das parcelas de pagamento.
Chico Rodrigues
Rezende ainda comentou o caso do senador Chico Rodrigues (DEM-RR), que teve o afastamento por 90 dias determinado pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Barroso enviou o caso para deliberação do Senado, a quem cabe manter ou não o afastamento do parlamentar.
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Para Rezende, o ministro do STF “poderia ter sido até mais duro e veemente na sentença parcial”. “Mas ele não o fez, dando até condições para, nesses 90 dias, ele se defender. Foi uma situação muito constrangedora até para o próprio delegado”, acrescentou.
Diante da forma como o dinheiro foi encontrado, Rezende classificou que “o senador foi tratado com muito respeito”. “A Polícia Federal não exibiu o vídeo de total constrangimento do momento da revista em que são encontradas as notas na cueca no senador”, disse.
Também com participação de Alexandre Garcia, o Liberdade de Opinião vai ao ar diariamente na CNN com transmissão simultânea na CNN Rádio.
(*Com informações de Carla Bridi, Gabriela Coelho e Jéssica Otoboni, da CNN, em Brasília e São Paulo)