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    Participação de Bolsonaro em atos estimula ‘saída de dólares’ do país, diz Maia

    Noeli Menezes , Da CNN, em Brasília

    O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou em entrevista nesta segunda-feira (4) que a participação do presidente Jair Bolsonaro em manifestações contra o Congresso e o STF (Supremo Tribunal Federal) dá uma sinalização errada não só à população, mas também a investidores.

    “O melhor caminho é o do diálogo e de construções de pontes. Infelizmente, não é o que vem acontecendo nas últimas semanas. Um ambiente de normalidade e de harmonia dá uma sinalização muito melhor para quem está olhando os passos das autoridades, dentro e fora do Brasil. A saída de dólares do Brasil não é pequena e, do meu ponto de vista, é estimulada por essas sinalizações de conflitos e divergências entre os poderes.”

    Segundo Maia, as respostas que o Congresso pode dar às ações de Bolsonaro são institucionais e que é normal não gostar das decisões de outro poder, mas “é preciso respeitar”. Ele citou um projeto de lei em tramitação na Câmara que prevê a obrigatoriedade do uso de máscara por toda a população como uma das possíveis respostas da Casa aos protestos apoiados pelo presidente.

    “Vamos avançando e mostrando que é importante o diálogo, a boa relação entre os poderes e, principalmente, o respeito aos técnicos da área de saúde, aos cientistas, que precisam que as autoridades sinalizem o caminho correto para o enfrentamento ao coronavírus. Toda vez que você estimula uma manifestação dessa, com poucas com máscaras, com pouco distanciamento entre as pessoas, você dá uma sinalização errada num momento em que a pandemia está crescendo nas cidades brasileiras.”

    Socorro aos estados

    O presidente da Câmara afirmou que o projeto de auxílio financeiro que prevê o repasse direto da União de R$ 60 bilhões para estados e municípios, aprovado no sábado pelo Senado, é agora a proposta do Congresso e deve ser referendado pelos deputados ainda hoje para ir à sanção presidencial o quanto antes. 

    Para Maia, “os R$ 80 bilhões por seis meses [aprovados pela Câmara] e os R$ 60 bilhões por quatro meses” do texto do Senado “são quase a mesma coisa”. Mas o Senado “avançou na relação com o poder Executivo, que no início não queria dar nenhum real de ajuda a estados e municípios e depois propôs à Câmara R$ 14 bilhões”. 

    O democrata reconheceu que a forma de distribuição entre os entes, que no projeto do Senado leva em conta uma série de critérios e na proposta da Câmara considerava apenas arrecadação de ICMS e ISS, pode gerar alguma divergência. “Mas o importante é avançar agora. Se lá na frente tivermos algum problema por causa de uma transferência menor que a necessária a algum estado, certamente o governo e o Parlamento vão se debruçar e construir novas soluções.”

    Questionado se a relação com o ministro da Economia, Paulo Guedes, ainda estava abalada por causa desse projeto, Maia respondeu que conversa muito com a equipe econômica e que, para ele, “isso é o suficiente, pois são técnicos qualificados”.

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