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    Eleições 2022

    Parece haver vazio de lideranças no PSDB, diz Aloysio Nunes

    Ex-ministro defendeu à CNN que deve haver apuração de responsabilidade pela falha no aplicativo de votação do partido nas prévias do domingo

    Giovanna GalvaniElis Francoda CNN em São Paulo

    Com a indefinição de como será a continuidade das prévias do PSDB para escolher seu pré-candidato à Presidência da República em 2022, Aloysio Nunes, ex-ministro das Relações Exteriores de Michel Temer (MDB) e ex-senador, disse à CNN nesta segunda-feira (22) que a falha no processo eleitoral interno do partido mostra um possível “vazio de lideranças” entre os tucanos.

    “As prévias não são mecanismos únicos e exclusivos para escolhas dessa natureza. O que me parece hoje é que existe no PSDB um certo vazio de liderança, que levou à necessidade de organizar uma prévia, uma vez que não havia um mecanismo consensualmente estabelecido para encaminhamento de candidaturas”, afirmou Nunes.

    Mesmo assim, para o ex-ministro, o processo acabou sendo positivo para o partido por “dar ânimo” ao partido e aumentar o engajamento da base “mesmo que insuficiente”. “Mas o resultado de ontem levou ao desânimo”, ponderou.

    No domingo (21), dia marcado para a realização das prévias com cerca de 40 mil filiados ao partido, um erro no aplicativo de votação fez com que o processo fosse paralisado. As lideranças políticas do PSDB se reúnem na tarde desta segunda para discutir qual será o encaminhamento dado à questão.

    Concorrem à posição de pré-candidato do partido o governador de São Paulo, João Doria, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e o ex-prefeito de Manaus (AM), Arthur Virgílio Neto.

    Para Aloysio Nunes, as votações precisam ser “o mais rapidamente possível” retomadas assim que for resolvido o imbróglio de natureza “técnica”. O ex-ministro também defende que sejam apurados os responsáveis pelo oferecimento do aplicativo, que foi designado para fazer algo “que não é tão complicado”, opinou.

    No entanto, segundo ele, este não seria o único problema do partido a ser avaliado neste momento.

    “Há também um problema de natureza politica: a baixa adesão dos militantes do partido ao processo eleitoral. O PSDB tem em torno de 600 mil membros no Brasil, e se cadastraram para votar apenas 40 mil”, disse Nunes.

    “Há uma desconexão entre a base do partido e sua representação formal, um distanciamento entre a ideia do partido e as pessoas que integram esse partido”, declarou.

    “A partir do impeachment [de Dilma Rousseff, em 2016], uma parte importante do nosso eleitorado se aproximou de uma direita mais extremada. Os setores da direita moderada no PSDB acabaram sendo absorvidos pelo bolsonarismo”, disse o ex-senador, que também defendeu que nomes tucanos alinhados a pautas de Jair Bolsonaro (sem partido) sejam “convidados a sair” da sigla.

    Nunes avalia que o partido só conseguiria “trazer de volta” o eleitorado perdido a partir de uma “campanha com um projeto claro de país”, com foco no “respeito às instituições que desemboque na retomada do desenvolvimento e na redução das desigualdades”, afirmou.