Para relator, posição de dirigentes partidários não prejudica voto impresso
Em conversa com a CNN, Filipe Barros disse que o relatório da proposta trará pequenas mudanças ao texto original apresentado pela deputada federal Bia Kicis



O deputado federal Filipe Barros (PSL-PR) afirmou à CNN não acreditar que a posição de onze dirigentes partidários contra o voto impresso auditável prejudique a aprovação da proposta.
Nesta segunda-feira (28), o relator da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) na comissão especial da Câmara dos Deputados apresentará o seu parecer. Após votação no colegiado parlamentar, a iniciativa estará pronta para ser pautada em plenário.
“É um posicionamento natural que faz parte do jogo político. Eu não vejo como prejudicial para a proposta”, disse Filipe Barros.
Segundo ele, o relatório trará pequenas mudanças ao texto original da proposta, apresentada pela deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), com o objetivo de contemplar as sugestões de integrantes da comissão especial.
“Haverá algumas alterações para contemplar as sugestões de integrantes da comissão. A essência da iniciativa, no entanto, será mantida”, antecipou.
Segundo ele, os ajustes na proposta serão definidos em encontros na manhã desta segunda-feira (28). A reunião da comissão especial, para a leitura do parecer, foi marcada para as 15h.
No sábado (26), presidentes de onze partidos acordaram um posicionamento conjunto em defesa do sistema eleitoral com urna eletrônica, rechaçando a necessidade de adoção de voto impresso para apuração dos resultados.
As siglas representam cerca de dois terços do Congresso Nacional, num total de 326 deputados federais e 55 senadores.
O esforço de deputados governistas tem sido o de deixar a iniciativa pronta para ser pautada em julho pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Procurado pela CNN, Lira disse que ainda não definiu uma data para levar a iniciativa a plenário.
A PEC tramita desde o mês passado em comissão especial. Ela não extingue a urna eletrônica, mas prevê a instalação de um sistema que imprime o voto.
Para que seja válida para as próximas eleições, ela precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado até o dia 02 de outubro, um ano antes do primeiro turno da disputa presidencial de 2022.
A ideia é que o eleitor cheque se o voto impresso confere com o eletrônico. A impressão é depositada em uma urna trancada, de forma automática e sem contato manual, para que seja usada em eventual auditoria.
O TSE prevê que a impressão dos votos nas eleições brasileiras terá um custo de R$ 2,5 bilhões aos cofres públicos ao longo de dez anos. Os defensores da medida dizem que o custo seria menor, de cerca de R$ 250 milhões.