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    Para Miguel Reale Jr., governo Bolsonaro precisa de inimigos para sobreviver

    Para o ex-ministro da Justiça, o inimigo da vez é o STF, que tem imposto limites constitucionais ao que chamou de "ação autocrata" de Bolsonaro

    Da CNN, em São Paulo

    Em entrevista à CNN nesta segunda-feira (11), o ex-ministro da Justiça Miguel Reale Jr. avaliou que o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) é uma “política do neopopulismo de direita que precisa de inimigos”. 

    “[Esse governo] não sobrevive sem inimigo, e o inimigo agora é o STF [Supremo Tribunal Federal] porque o STF tem imposto limites constitucionais à ação autocrata do presidente da República”, disse.

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    Questionado se o Brasil corre risco de sofrer uma crise institucional, Reale Jr. afirmou que a ideia de se propor o fechamento do Judiciário nasceu do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente. 

    “Foi ele, pela primeira vez na história da República, que disse que ‘basta um soldado e cabo’ para fechar o STF”, disse. “Em que país que se pretende fechar a Justiça porque não responde suficientemente aos desejos políticos? A Venezuela. Temos aí uma cópia da Venezuela. Vamos fechar o Supremo, destituir os ministros, criar um outro Supremo com aqueles que se tem afinidades e pronto. Está resolvida a democracia do Brasil.”

    Reunião ministerial

    A gravação da reunião ministerial realizada no Palácio do Planalto no dia 22 de abril, na qual, segundo o ex-ministro Sergio Moro, o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir de forma indevida nas atividades da Polícia Federal (PF), será exibida aos envolvidos na investigação sobre o caso nesta terça-feira (12).

    Para Reale Jr., as partes da gravação que trouxerem informações sobre as relações entre o presidente e a Polícia Federal e entre o presidente e Moro são de interesse público e devem ser divulgadas. Quanto ao restante da reunião, “só se o clima for necessário para se avaliar”.

    “É de interesse público saber como são as relações do presidente com seus ministros, constrangendo-os, por exemplo, com interferências indevidas, de cunho político, em matérias nas quais ele não deva interferir”, disse o jurista.

     

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