Para Lula, decisão do TSE sobre direito de resposta “é importante”; Bolsonaro critica Judiciário
Para petista, inserções de sua campanha no horário eleitoral do adversário seria para “tirar mentiras”; para presidente, “por parte de alguns do Judiciário, há um interesse por um candidato”
Os candidatos à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) divergiram em seus comentários sobre decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que limitaram a veiculação de propagandas eleitorais e concederam direito de resposta a ambos.
Lula comemorou nesta quinta-feira (20) o fato de sua campanha ter garantido 226 inserções com direitos de resposta no horário eleitoral de Bolsonaro na TV e no rádio. Segundo Lula, o PT continuará recorrendo à Justiça Eleitoral “toda vez que se sentir prejudicado”.
Em entrevista a jornalistas, o petista afirmou considerar “importante” a decisão de “tirar o tempo de mentira que o Bolsonaro conta na televisão”. “Foi por isso que ele perdeu. Eram fake news, coisas inverossímeis”, disse.
“Nós temos que entender que o Poder Judiciário existe para isso. Quando você se sente ofendido ou atacado, prejudicado, ao invés de fazer o que eles fazem, a gente vai para a Justiça”, acrescentou.
Segundo ele, a estratégia será levada para “dentro do governo”, caso eleito.
“Para que a gente possa reeducar a sociedade brasileira a utilizar os meios de comunicação para fazer coisa mais séria, mais entendível pelo povo e não ficar contando mentira e assustando o povo brasileiro”, disse.
Na quarta-feira (19), o TSE também garantiu 14 inserções do mesmo tipo a Bolsonaro.
Em entrevista ao podcast de O Antagonista, na noite de quarta, Bolsonaro disse que o Judiciário tem “interesse em um dos candidatos”.
“O que transparece para gente, eu não posso afirmar, que por parte de alguns do Judiciário, há um interesse por um candidato. Tanto que censura, desmonetização, derrubada de página, só existem do nosso lado. Do lado de lá tem barbaridades acontecendo e ninguém toma providência no tocante a isso”, disse.
O presidente defendeu que ninguém pode “ser punido por fake news, porque não tem uma tipificação penal para isso”.
“Tentaram aprovar há poucos meses a Lei das fake news, eu entrei em campo, liguei para parlamentares e por nove votos não foi aprovado a urgência, porque se fosse aprovado, estaria sendo aberto um campo de caça aos fake news”, acrescentou o presidente.
Sobre a decisão do TSE que restringiu a Jovem Pan de abordar fatos envolvendo a condenação de Lula, Bolsonaro disse que o veículo sofre “perseguições”.
“Agora a Jovem Pan sofrendo, no meu entender, estas perseguições. Você vai despertando pessoas importantes, órgãos de imprensa importantes, e vai acabar mostrando ‘o próximo pode ser você’”, afirmou Bolsonaro.
Fotos: O primeiro debate presidencial do segundo turno
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