Padre de Osasco é um dos alvos de operação da PF que investiga atos golpistas
Policiais apreenderam passaporte, celular e um computador do sacerdote da cidade da região metropolitana de São Paulo
Um padre da Diocese de Osasco (SP) está entre os alvos da Operação Tempus Veritatis, que investiga uma organização responsável por uma suposta tentativa de golpe de Estado para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no cargo, mesmo após a derrota nas eleição presidencial de outubro de 2022.
José Eduardo de Oliveira e Silva consta na decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes como um integrante do que seria o “núcleo jurídico” do esquema.
Segundo Moraes, esse grupo seria responsável pelo assessoramento e elaboração de minutas de decretos com fundamentação jurídica e doutrinária que atendessem aos interesses dos integrantes implicados no processo.
A decisão cita ainda uma reunião ocorrida em 19 de novembro de 2022 em que o padre José Eduardo, Filipe Garcia Martins e Amauri Feres estiveram presentes. Os controles de entrada e saída do Palácio do Planalto indicaram a movimentação.
Ainda segundo o texto, o pároco “possui um site com seu nome no qual foi possível verificar diversos vínculos com pessoas e empresas já investigadas em inquéritos correlacionados à produção e à divulgação de notícias falsas”.
O padre está entre os alvos da operação que estão proibidos de manter contato com os demais citados, inclusive através de advogados.
A Diocese de Osasco informou, em nota encaminhada à CNN, que “não possui nenhuma informação oficial das autoridades competentes” e que aguardará a conclusão do caso. Enquanto isso afirmam se colocar “sempre ao lado da Justiça, colaborando com as autoridades”.
A defesa do padre José Eduardo informou que, durante operação de busca e apreensão na igreja onde reside, a PF apreendeu o passaporte, um celular e um computador do pároco. Em nota de esclarecimento, o padre disse não ter cooperado nem endossado qualquer ato disruptivo da Constituição.
Além disso, diz que a República é laica e que “romper com a ordem estabelecida seria profundamente contrário” aos seus princípios. “Estou inteiramente à disposição da justiça brasileira para qualquer eventual esclarecimento, recordando o dever de toda a sociedade de combater qualquer tipo de intolerância religiosa”, disse. “Espero que tudo seja esclarecido o mais rápido possível”, finaliza.
*Sob supervisão de Marcos Rosendo