Pacheco diz que caso Marielle é um “marco na repressão ao crime organizado”
Investigações foram marcadas por trocas de delegados e promotores, e poucos avanços; em 2023, a Polícia Federal passou a apurar o caso
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse, nesta segunda-feira (25), que o desfecho do caso que investiga a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista é um “marco na repressão ao crime organizado”.
“É um sentimento de real esperança e expectativa de que a verdade real sobre esse caso possa aparecer e aqueles que sejam responsáveis diretos, indiretos, intelectuais ou não, desse crime bárbaro, desse crime contra a democracia, de uma parlamentar no exercício do seu mandato e do seu motorista também”, afirmou Pacheco.
Talvez isso seja um marco na repressão ao crime organizado
Rodrigo Pacheco
Segundo operação da Polícia Federal, as mortes da vereadora e do motorista Anderson Gomes foram encomendadas pelos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão.
De acordo com as investigações, o delegado Rivaldo Barbosa, então chefe da Polícia Civil do Rio na época do crime, foi identificado como mentor da execução. Ele também é acusado de obstruir as investigações do assassinato.
O ex-chefe da Polícia Civil e os irmãos Brazão foram presos nesse domingo (24), em operação da PF. Eles negam envolvimento com o crime.
Caso Marielle
Marielle Franco e Anderson Gomes foram assassinados a tiros, no Centro do Rio, em 14 de março de 2018.
As investigações foram marcadas por trocas de delegados e promotores, e poucos avanços. Em 2023, a Polícia Federal passou a apurar o caso.
Além dos irmãos Brazão e do delegado Rivaldo, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz também são alvo das investigações. Ex-policiais militares, os dois acusados de serem os executores do atentado.
O ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, também foi apontado como responsável por levar o carro utilizado na emboscada para um desmanche.
Delação
Seis anos após o crime, Lessa fechou um acordo de delação premiada que ajudou os investigadores a chegarem à fase final das operações.
Além de indicar os irmãos Brazão como mandantes, em sua delação, Ronnie Lessa também apontou que a morte de Marielle foi arquitetada pelos irmãos Brazão como reação à atuação da vereadora contra um esquema de loteamentos de terra em áreas de milícia na Zona Oeste do Rio, reduto eleitoral de Domingos e Chiquinho.