Pacheco deve adiar sessão que instalaria CPI do 8 de janeiro
Para justificar o adiamento, houve um pedido de deputados da base aliada para que a sessão fosse adiada sob o argumento de que a Comissão Mista de Orçamento analisasse o piso da enfermagem
O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, disse a aliados que deverá adiar a sessão do Congresso convocada para a tarde desta terça-feira (18) na qual deveria ser lido o requerimento de instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar os atos criminosos de 8 de janeiro. A oposição no Senado pressiona para que a sessão seja hoje mesmo.
Até sexta-feira, o pedido da CPMI articulado pela oposição tinha mais que o número mínimo de assinaturas necessárias para sua instalação. Havia 193 deputados 37 senadores assinando, sendo que são necessários 171 deputados e 27 senadores.
O governo não conseguiu retirar assinaturas, o que obrigaria Pacheco a fazer a leitura. O alerta foi dado em reunião de líderes nesta segunda-feira.
Além da CPMI, estava prevista a votação de uma série de projetos de lei do Congresso Nacional (PLNs) e vetos presidenciais tanto de Jair Bolsonaro quanto de Lula. Muitos desses trancam a pauta, dificultando a votação de outras propostas que os parlamentares tinham interesse.
Além disso, uma parte de deputados da base planejava inclusive derrubar vetos de Lula para mandar recados ao Palácio do Planalto de insatisfação com demora de nomeações de cargos de segundo escalão.
O resultado, previram aliados, seria uma sessão inócua, cujo único resultado concreto seria a leitura de um requerimento para instalar uma CPMI que o governo não planeja ver instalada.
Isso em um dia importante para o governo em que o novo marco fiscal será encaminhado ao Congresso.
Oficialmente, para justificar o adiamento, houve um pedido de deputados da base aliada para que a sessão fosse adiada sob o argumento de que a Comissão Mista de Orçamento analisasse o piso da enfermagem.
O pedido foi feito pelos líderes do PT, Zeca Dirceu, do PSD, Antônio Brito, do MDB, Isnaldo Bulhões, do Podemos, Fabio Macedo, do Republicanos, Hugo Motta, e do PSB, Felipe Carreras.