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    Oposição quer emplacar sequência de depoimentos para mudar discurso na CPMI do 8 de janeiro

    Sete pessoas convocadas foram ouvidas no colegiado até o momento, sendo todas a partir de requerimentos da base governista

    Marcos Amorozoda CNN , Brasília

    Depois de uma série de depoimentos convocados por governistas na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, a oposição quer abrir espaço para a convocação de pessoas que possam endossar o discurso de que teria havido negligência do governo federal.

    Nesta terça-feira (11), dia em que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), é esperado para ser ouvido, a CPMI também vota requerimentos de convocação de Adriano Machado, fotógrafo da Revista Crusoé e Agência Reuters, e do major do Exército Brasileiro José Eduardo Natale de Paula Pereira, militar do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

    Machado aparece em imagens de câmeras de segurança registrando depredação em meio aos invasores, o que está sendo usado como argumento por alguns bolsonaristas de que havia profissionais da imprensa dentro do Palácio do Planalto antes da invasão e que eles seriam cúmplices do ato.

    O militar José Eduardo, por sua vez, foi flagrado pelo circuito de segurança servindo água para os manifestantes que invadiram o Palácio do Planalto. As imagens foram reveladas com exclusividade pela CNN em maio.

    Outro nome importante para a oposição, que defende a leniência do governo no dia das invasões das sedes dos Três Poderes, é o ex-ministro do GSI General Gonçalves Dias.

    Ele foi exonerado do cargo depois da divulgação de imagens que o mostram circulando pelo Palácio do Planalto em meio à invasão. Apesar da aprovação da convocação no mês passado, ainda não há uma data para a audiência com ele.

    Sete pessoas foram ouvidas pela CPMI até o momento

    Dos 40 requerimentos de convocação aprovados pela CPMI, apenas sete pessoas foram ouvidas, todas elas convocadas pela base governista de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na comissão.

    O presidente da CPMI, Arthur Maia (União-BA) disse, em entrevista exclusiva à CNN no último dia 14 que estava constrangido por terem sido aprovados apenas requerimentos da base governista na comissão até aquele momento.

    O último depoimento, realizado no final de junho, foi o do coronel do Exército Jean Lawand Júnior, que, em troca de mensagens com Mauro Cid, pediu para que fosse colocado em prática um plano de oito etapas que visava que as Forças Armadas assumissem o comando do país diante da derrota do ex-presidente nas urnas.

    No depoimento, ele pontuou que as mensagens tinham como intenção pedir ao então presidente uma “ordem de apaziguamento” para o país e que ele nunca falou em “golpe”. Essa versão, porém, não “pegou” nem com parlamentares governistas, nem os de oposição: todos rejeitaram a justificativa.

    Também foram realizados os depoimentos do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, acusado de ter dificultado os votos dos eleitores dos estados do Nordeste.

    Ainda foram ouvidos na CPMI George Washington de Oliveira Sousa, preso pela tentativa de explodir uma bomba nos arredores do aeroporto de Brasília, e Jorge Eduardo Naime, ex-chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF).

    Além deles, também prestaram depoimento Valdir Pires Dantas Filho, perito da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF); Leonardo de Castro, diretor de Combate à Corrupção e Crime Organizado da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF); e Renato Martins Carrijo, perito da PCDF.

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