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    O que faz a Casa Civil e quem a chefiou com Bolsonaro, Temer, Dilma, Lula e FHC

    Dilma Rousseff foi a presidente que mais trocou o comandante da pasta até o momento; pasta faz coordenação administrativa e política do governo federal

    Guilherme Venaglia, da CNN, em São Paulo

    Uma das primeiras perguntas que surgem no mundo político quando um novo presidente da República está diante da perspectiva de ser empossado é quem ocupará o posto de ministro-chefe da Casa Civil.

    Instalada no próprio Palácio do Planalto, a Casa Civil tem funções cruciais para o funcionamento do governo federal. De acordo com a lei mais recente que a rege, a Lei 13.844 de 2019, a Casa Civil tem a função de ser a coordenadora das ações governamentais, supervisionar as ações de outros ministérios e verificar a legalidade das medidas adotadas.

    Pelo órgão, também passam as nomeações para cargos em comissão e a publicação dos atos oficiais. Sendo assim, o ministro-chefe da Casa Civil usualmente é escolhido entre os principais assessores e aliados próximos ao presidente da República.

    Também é a única pasta para a qual já foi nomeado um ex-presidente após o mandato. Em 2016, a então presidente Dilma Rousseff (PT) anunciou a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como chefe da Casa Civil, decisão que foi suspensa pelo Supremo Tribunal Federal.

    Os chefes da Casa Civil

    Governo Bolsonaro (2019-)

    Amigo e aliado de Jair Bolsonaro durante os tempos como deputado federal, Onyx Lorenzoni foi o escolhido para comandar a Casa Civil no início do governo do atual presidente. Os dois sucessores dele na pasta foram militares com proximidade com o governo e um político de expressão no Congresso Nacional.

    General Braga Netto e General Ramos
    Os generais Walter Braga Netto e Luiz Eduardo Ramos, que foram ministros-chefes da Casa Civil no governo Bolsonaro
    Foto: Agência Brasil

    O primeiro foi o general Walter Braga Netto, ex-interventor federal na segurança do Rio de Janeiro. Em reforma ministerial promovida no início de 2021, o general Luiz Eduardo Ramos assumiu o posto, vindo da Secretaria de Governo, ficando até julho.

    O quarto ministro-chefe da Casa Civil escolhido por Bolsonaro foi o senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente nacional do Progressistas e político de expressão no Congresso Nacional.

    Governo Temer (2016-2018)

    Após o impeachment, o presidente Michel Temer nomeou para o posto aquele que foi seu principal aliado nas últimas décadas na política: Eliseu Padilha. O ex-deputado pelo Rio Grande do Sul permaneceu na Casa Civil durante todo o governo Temer, entre maio de 2016 e dezembro de 2018.

    Eliseu Padilha
    Eliseu Padilha, que chefiou a Casa Civil no governo Temer
    Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

    Governo Dilma (2011-2016)

    Ao longo de cinco anos e meio no Palácio do Planalto, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) contou com seis ministros à frente da Casa Civil, incluindo Lula, que dirigiu a pasta por apenas um dia antes de ter a nomeação suspensa pelo STF.

    A mais longeva foi Gleisi Hoffmann, que foi a ministra-chefe por dois anos e meio, entre junho de 2011 e fevereiro de 2014. A deputada e presidente do PT assumiu o posto em substituição a Antonio Palocci. Ela saiu para dar lugar a Aloizio Mercadante, no cargo por um ano e oito meses, até outubro de 2015.

    Dilma dá posse a Lula na Casa Civil
    Em 2016, Lula toma posse como ministro-chefe da Casa Civil, nomeado pela presidente Dilma Rousseff
    Foto: Agência Brasil

     

    Mercadante foi exonerado diante das dificuldades políticas do governo Dilma no Congresso, substituído pelo ex-governador da Bahia Jaques Wagner. Sem impedir o prosseguimento do impeachment, Wagner deu lugar a Lula. Como o ex-presidente foi impedido de exercer a função pelo STF, Eva Chiavon assumiu a Casa Civil até o afastamento de Dilma, em 12 de maio de 2016.

    Governo Lula (2003-2010)

    Chegando ao poder em sua quarta tentativa de chegar à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva trouxe outro dos fundadores e líderes históricos do PT para a Casa Civil, ao nomear José Dirceu após a posse em janeiro de 2003.

    Afastado após a eclosão do escândalo do mensalão, Dirceu deu lugar à Dilma Rousseff, economista e então ministra de Minas e Energia. Nomeada em junho de 2005, Dilma só deixou a coordenação do governo Lula em 2010, para a própria candidatura a presidente da República.

    Escolhida para a função na reta final do governo Dilma, Erenice Guerra foi exonerada em setembro, dando lugar a Carlos Eduardo Esteves Lima, que ocupou a função até 31 de dezembro.

    Governo FHC (1995-2002)

    Durante seus oito anos no Palácio do Planalto, o então presidente Fernando Henrique Cardoso teve apenas dois ministros à frente da Casa Civil. FHC optou por direcionar a pasta para funções mais administrativas do que propriamente políticas.

    Foram ministros os engenheiros Clóvis Carvalho e Pedro Parente. Carvalho, que atuou com Fernando Henrique na coordenação do Plano Real, foi o titular do primeiro mandato, entre 1995 e 1999. Parente, que depois viria a presidir a Petrobras, esteve no segundo, entre 1999 e 2002.

    Sarney (1985-1990), Collor (1990-1992) e Itamar (1992-1994)

    Governo de José Sarney – José Hugo Castelo Branco (1985-1986), Marco Maciel (1986-1987), Ronaldo Costa Couto (1987-1989) e Luís Roberto Andrade Ponte (1989-1990)

    Governo de Fernando Collor – Marco Antônio Salvo Coimbra (1990-1992, na época a Casa Civil foi incorporada à Secretaria-Geral)

    Governo de Itamar Franco – Henrique Hargreaves (1992-1993 e 1994-1995) e Tarcísio Cunha (1993-1994)

    Lei nº 13.844, de 18 de junho de 2019

    “Art. 3º À Casa Civil da Presidência da República compete:

    I – assistir diretamente o Presidente da República no desempenho de suas atribuições, especialmente:

    a) na coordenação e na integração das ações governamentais;

    b) na verificação prévia da constitucionalidade e da legalidade dos atos presidenciais;

    c) na análise do mérito, da oportunidade e da compatibilidade das propostas, inclusive das matérias em tramitação no Congresso Nacional, com as diretrizes governamentais;

    d) na avaliação e no monitoramento da ação governamental e da gestão dos órgãos e das entidades da administração pública federal;

    e) na coordenação política do governo federal; e

    f) na condução do relacionamento do governo federal com o Congresso Nacional e com os partidos políticos; e

    II – publicar e preservar os atos oficiais.

    Art. 4º A Casa Civil da Presidência da República tem como estrutura básica:

    I – o Gabinete;

    II – a Secretaria Executiva;

    III – a Assessoria Especial;

    IV – até 4 (quatro) Subchefias;

    V – a Secretaria Especial de Relações Governamentais;

    VI – a Secretaria Especial para a Câmara dos Deputados;

    VII – a Secretaria Especial para o Senado Federal; e

    VIII – a Imprensa Nacional.”

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