O que acontece com seu voto depois que você aperta o botão ‘Confirma’ na urna?
Entenda os processos do momento em que você deposita seu voto na urna eletrônica até ele ser computado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília
Cerca de 38 milhões de eleitores vão às urnas neste domingo (29) para escolher em 2º turno os prefeitos de 57 brasileiras – 147,9 milhões de eleitores estavam aptos a votar no 1º turno das eleições municipais.
Mas o momento da votação, propriamente dita, é apenas a primeira etapa de uma longa jornada que envolve a tecnologia da Justiça Eleitoral, a atuação dos mesários e a fiscalização da sociedade até que os votos depositados nas urnas eletrônicos sejam contabilizados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Depois de o eleitor digitar os números do candidatos escolhido, verificar os dados e as fotos, ele deve clicar no botão “Confirma” para concluir seu voto.
“Em seguida, essas informações do voto são embaralhadas em uma tabela, denominada Registro Digital do Voto, o que torna ainda mais difícil identificar quem votou em quem. A finalidade é garantir que o voto do eleitor permaneça secreto”, diz o TSE, em seu site.
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De acordo com o TSE, não há associação entre o eleitor e os seus votos em nenhuma etapa da votação ou em qualquer arquivo de resultado da urna justamente para garantir o sigilo da votação.
Os votos são registrados tanto na memória interna da urna quanto em uma unidade externa de armazenamento, que pode ser removida caso seja preciso substituir a urna na seção de votação.
Quando o presidente da sala de votação encerra os trabalhos, os votos registrados na urna são apurados e é impresso um documento chamado Boletim de Urna (BU), um extrato dos votos registrados para cada candidato/legenda, contendo também os votos nulos e brancos, o número que associa a urna à respectiva seção eleitoral e o número de eleitores que votaram.
São impressas cinco vias obrigatórias do BU, assinadas pelo presidente da seção eleitoral e por representantes ou fiscais dos partidos políticos presentes.
Dessas cinco vias, a primeira é afixada na porta da respectiva seção, para dar publicidade ao resultado; três são juntadas à ata da seção e encaminhadas ao cartório eleitoral; e a última é entregue aos representantes ou fiscais dos partidos. Se for necessário, é possível imprimir mais vias.
Depois dessa etapa, o BU e demais arquivos de resultados da urna são gravados na mídia de resultados, que é diretamente encaminhada para um centro de transmissão.
Nas grandes cidades, esse centro de transmissão costuma ser o próprio cartório eleitoral, mas também há casos em que o processo é feito diretamente do local de votação ou, ainda, na sede dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs).
“Em locais de difícil acesso, a transmissão é feita por satélite. De lá, os votos seguem um longo caminho em um canal exclusivo e protegido que somente a Justiça Eleitoral tem acesso, para serem totalizados e apresentados à sociedade”, informa o TSE.
Em todo esse processo, incluindo o registro dos votos e a apuração do resultado da seção, não há intervenção humana. Os dados, assinados digitalmente e criptografados na mídia do resultado, somente podem ser decifrado pelo sistema de totalização da Justiça Eleitoral.
Nessas eleições municipais, pela primeira vez os votos foram totalizados, de forma centralizada, no TSE e não nos TREs, como ocorria nas eleições anteriores.