Nunes e Boulos disputam mote da “frente ampla” em São Paulo
Campanhas fazem contas para mostrar os apoios já angariados para a disputa municipal
Adversários diretos na corrida pela Prefeitura de São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) disputam o mote de uma “frente ampla” de apoio na pré-campanha.
O termo foi a espinha dorsal da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição presidencial em 2022. Naquele ano, o petista reuniu em seu palanque lideranças de centro, direita e até tucanos que historicamente fizeram oposição ao PT.
A chamada “aliança do campo democrático” se contrapôs ao bolsonarismo, que entrou em campo com a retaguarda do centrão e a força do antipetismo.
Em 2024, Guilherme Boulos reeditou a estratégia de Lula na articulação do seu palanque na capital para tentar polarizar a disputa entre o “campo democrático” e o bolsonarismo.
Em uma tentativa de nacionalizar o debate, o time de Boulos passou a se referir ao adversário como “Bolsonunes”, numa junção do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com Nunes.
O prefeito, por sua vez, tem um plano de voo diametralmente oposto e adotou o conceito de “frente ampla” para combater o que chama de “extrema esquerda”.
Nunes se apresenta como um “radical de centro” — expressão usada pelo presidente do MDB, Baleia Rossi — enquanto busca municipalizar a pré-campanha.
Consciente da força da esquerda na capital, onde o bolsonarismo perdeu todas as disputas em 2022, o prefeito dá sinais ao mesmo tempo à esquerda — com o convite para que Aldo Rebelo entre no governo — e à direita — com a aliança com o ex–presidente.
Para reforçar o argumento de frente ampla, o entorno de Nunes faz contas.
O emedebista tem neste momento em sua base o apoio de 10 partidos: MDB, PSD, PL, PP, Republicanos, Podemos, SD, Avante, PSDB, União Brasil.
Mesmo que eventualmente o PSDB e o União optem por um nome próprio, o prefeito ainda levaria larga vantagem sobre Boulos, que tem em seu palanque PSOL, PT, PCdoB, Rede, PV e PDT.