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    Nunca houve interferência do governo na autonomia da PF, diz Flávio Dino

    Ministro da Justiça e Segurança Pública participou de coletiva de imprensa nesta quarta-feira (31) para apresentar resultados de sua gestão

    Renata Souzada CNN , São Paulo

    Durante coletiva de imprensa para apresentar resultados de sua gestão à frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), nesta quarta-feira (31), o ministro Flávio Dino afirmou que nunca houve interferência do governo na autonomia técnica da Polícia Federal (PF).

    “Mas eu afirmo cabalmente que, nesses 13 meses, o presidente da República não me pediu nada, nem para investigar, nem para deixar de investigar. Nenhum ministro de Estado se dirigiu a mim para pedir qualquer coisa. Nunca houve interferência de autoridade de governo na autonomia técnica da Polícia Federal”, afirmou ao ser questionado sobre as operações da PF e suposto “revanchismo político” nas ações.

    “Isso é falso, absolutamente falso. E me cabe, com indignação cívica que tenho no meu peito, ela apenas estará, a partir do dia 22, envelopada em uma toga, mas a indignação permanece, eu tenho, realmente, repulsa a essa ideia de uso político das polícias e isso não aconteceu. Agora, não existe imunidade de jurisdição”, acrescentou.

    Também participaram da apresentação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro e o futuro ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.

    Rebatendo as acusações dirigidas à PF, Dino falou ainda sobre o objetivo dos mandados de busca e apreensão.

    “A Polícia Federal não pode ser acusada, porque ela não inventa investigação, as investigações nascem de indícios. Às vezes perguntam ‘por que fazer busca e apreensão’? Faz-se busca e apreensão, porque há indícios. A busca e apreensão não é feita quando você tem a certeza do crime, porque se tivesse a certeza não precisava da busca e apreensão.”

    Caso “Abin paralela”

    O ministro ainda defendeu a atuação da Polícia Federal no caso da chamada “Abin paralela” — revelado após ser deflagrada operação para investigar o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) por suposto monitoramento ilegal de autoridades e adversários de Jair Bolsonaro (PL) quando chefiou a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

    “Os indícios e as denúncias surgiram agora? Ontem? Anteontem? Foi a Polícia Federal que inventou mês passado? Não. Os senhores e as senhoras publicaram três anos atrás. E o que a Polícia Federal vai fazer? Vai fingir que não viu?”, questionou Dino.

    “Então você não investiga com base em prova de jornal, mas se você tem uma denúncia, tem inquérito, tem indícios, é claro que é dever. E assim como eu não disse para a Polícia Federal ‘faça’, eu também não disse para a Polícia Federal prevaricar, deixar de cumprir o seu dever”, complementou o ministro.

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