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    Novo juiz da Lava Jato nega ter doado para campanha de Lula

    Eduardo Fernando Appio afirma que não fez doações a nenhum candidato

    Elis Francoda CNN , em São Paulo

    O novo juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Eduardo Fernando Appio, negou que tenha doado treze reais à campanha de 2022 do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito com o número de chapa 13, e mais R$ 40 à da deputada estadual Ana Júlia Pires Ribeiro (PT), eleita no Paraná.

    “Não doei a ninguém qualquer quantia”, disse o magistrado.

    A informação sobre a doação foi apurada pelo âncora da CNN Felipe Moura Brasil. Os dados foram obtidos através do site oficial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), acessíveis mediante consulta por nome e CPF.

    Appio encaminhou à CNN um extrato bancário no qual comprovaria que não realizou nenhuma transação bancária no dia 25 de setembro, como mostram os dados.

    Questionado se iria pedir uma retificação junto ao TSE, o juiz afirmou: “Não vou pedir nada para ninguém, porque não quero polemizar ainda mais”.

    Além disso, Appio fez críticas aos integrantes do que chamou de “núcleo duro” da Lava Jato e disse que seu nome não era benquisto por parte da força-tarefa.

    “Não sou ligado ao núcleo duro da Lava Jato. Eles não me queriam aqui. Eles se frustraram. Os diálogos da Vaza Jato apontam para isso e não conhecemos nem 95% das conversas que estão no STF”, afirmou.

    O magistrado reforçou que é isento e não tem afinidade com o presidente Lula ou com o PT. “Sou isento, sempre julguei de forma igual. Não tenho inclinação política ou sou aliado do PT/Lula”.

    Eduardo Appio foi escolhido para a 13ª Vara Federal por critério de antiguidade entre magistrados que se inscreveram para a vaga deixada por Luiz Antonio Bonat, titular de 2019 até 2022, quando recebeu promoção à segunda instância.

    Relembre o caso

    A CNN confirmou o CPF de Eduardo Fernando Appio, presente em denúncia de 2015 do Ministério Público Federal (MPF) contra André Luis Vargas Ilário, por lavagem de dinheiro realizada em 2011 pelo então deputado federal do PT, que deixou o partido em 2014.

    Eduardo Appio vendeu a André Vargas, por R$ 980 mil, um imóvel cuja operação, no entanto, foi registrada oficialmente com valor de R$ 500 mil.

    Em 6 de abril de 2017, o então juiz Sergio Moro condenou André Vargas a 4 anos e seis meses de reclusão, inicialmente em regime fechado, e Leon Vargas (irmão de André) a 3 anos de reclusão, em regime inicialmente aberto, por lavagem de dinheiro, notadamente de origem criminosa, na compra do imóvel de Eduardo Appio em Londrina.

    Moro absolveu Edilaira Soares (companheira de Leon) do mesmo crime por falta de provas. A pena de Leon Vargas foi substituída por penas restritivas de direito: prestação de serviço à comunidade e pagamento de cinco salários mínimos.

    Na ocasião, Eduardo Appio não foi denunciado pela Operação Lava Jato e prestou depoimento como testemunha.

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