Nós somos humilhados porque Pacheco não toma providência, diz Valdemar à CNN
Presidente do Senado afirmou ser "difícil manter algum tipo de diálogo com quem faz da política um exercício único para ampliar e obter ganhos com o fundo eleitoral"
O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, disse, nesta sexta-feira (26), em entrevista à CNN, que os parlamentares são humilhados pela falta de providência do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
“Nós somos humilhados diariamente porque o presidente do Senado não toma uma providência, não reage”, disse Valdemar.
“Ele não reage. Nós somos humilhados semanalmente. Toda semana é humilhação. Invade um apartamento de um deputado, como invadiram o do Jordy, isso é um absurdo”, prosseguiu, relembrando a operação contra o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), líder da oposição.
A investigação que mira Jordy aponta que o congressista teria auxiliado diretamente na organização e no planejamento de atos antidemocráticos no Rio de Janeiro.
Ainda houve a ação contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), alvo de busca e apreensão na Operação Vigilância Aproximada, que investiga uma suposta organização criminosa que teria se instalado na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) com o intuito de monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas.
Segundo Valdemar, os congressistas “têm imunidade, têm prerrogativa, têm votos”. “E nós que somos do Poder mais importante, somos do Poder que sempre está no fundo do poço, porque não temos um comando firme no comando do Senado Federal”, prosseguiu.
Sobre Ramagem, o presidente do PL expressa que ele não poderia ser julgado desta maneira, citando uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que só podem ser julgados crimes dentro do mandato
“No caso do Ramagem foi fora do mandato, então tinha que ir para a Justiça comum. Não podia ser julgado como está sendo. Está sendo julgado assim porque é do PL”, afirmou.
O que diz Pacheco
A CNN procurou a assessoria de Pacheco, que afirmou ser “difícil manter algum tipo de diálogo com quem faz da política um exercício único para ampliar e obter ganhos com o fundo eleitoral”.
E ainda que “não é capaz de organizar minimamente a oposição para aprovar sequer a limitação de decisões monocráticas do STF” e “defende publicamente impeachment de ministro do Supremo para iludir seus adeptos, mas, nos bastidores, passa pano quando trata do tema”.