Nos bastidores, Tebet trabalha para aprovação da PEC e PT vê dívida aumentar com a senadora
Segundo interlocutores, a emedebista esteve em gabinetes de parlamentares do Centrão para convencê-los a votar a matéria e trabalhou para que a proposta não fosse desidratada
A senadora Simone Tebet (MDB) trabalhou nesta quarta-feira (7) para que a PEC do Estouro fosse aprovada pelos senadores em dois turnos. Segundo interlocutores, a emedebista esteve em gabinetes de parlamentares do Centrão para convencê-los a votar a matéria e trabalhou para que a proposta não fosse desidratada.
Fontes do MDB dizem ainda que, durante as conversas, Tebet fez questão de enfatizar que a PEC precisava ser aprovada para que nas bases eleitorais dos senadores não houvesse cobrança de que o Senado Federal teria se eximido da responsabilidade de garantir o Auxílio Brasil – que deve voltar a chamar Bolsa Família – em R$ 600 também em 2023.
Ainda de acordo com integrantes dos partidos, o tom usado pela senadora teria sido mais emocional, alegando que não se pode virar as costas para a população carente. A avaliação de membros do PT é que as conversas teriam ajudado a acelerar a votação, em especial quando houve uma possibilidade de se deixar o segundo turno para ser analisado nesta quinta (8).
Com isso, nas contas do Partido dos Trabalhadores a dívida da legenda com Simone Tebet aumentou e ela teria se cacifado ainda mais para assumir um dos ministérios no governo do presidente da República eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Desde que Tebet declarou apoio a Lula no segundo turno e o ajudou a ser eleito, a parlamentar é cotada para comandar o Ministério do Desenvolvimento Social, pasta responsável pela administração do Bolsa Família. No entanto, dentro do próprio PT a uma certa resistência em entregar ao MDB um dos principais programas sociais do futuro governo.
