Nomes próximos a Bolsonaro se contradizem na CPI da Pandemia
Comissão conta com 33 depoimentos até o momento e milhares de arquivos recebidos para análise
Dentre os 33 depoimentos realizados na CPI da Pandemia até o momento, alguns foram de nomes próximos ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e muitos deles fizeram declarações contraditórias entre si. Um foi o do atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que compareceu ao Senado em duas ocasiões.
Na primeira oitiva, ele disse que tinha liberdade para tomar decisões. No entanto, alguns dos senadores consideraram que o líder da pasta foi evasivo sobre algumas das bandeiras de Bolsonaro, como tratamento precoce, além da não nomeação da infectologista Luana Araújo para integrar a Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19.
Quando a profissional da saúde falou aos senadores, ela afirmou que o seu nome tinha a aprovação de Queiroga, mas a contratação não aconteceu. Quando o ministro voltou para um segundo depoimento, ele mudou a primeira versão, relatando que decidiu não nomear Araújo.
Gabinete paralelo
O deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), que seria membro do suposto “gabinete paralelo” de assessoramento do governo federal, negou que tenha defendido a política de imunidade de rebanho através da contaminação. Já a médica oncologista Nise Yamaguchi negou que defendeu o uso da cloroquina.
O ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde Elcio Franco afirmou que o grupo de orientação paralela seria inexistente. O nome dele voltou a ser um dos focos da comissão após relatos de depoentes de que teria negado uma compra maior da vacina Coronavac e que estaria ciente de pedidos de propina nas negociações de doses.