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    Nogueira vai defender Casa Civil com aval político e moderação do presidente

    Senador quer ter autonomia para negociar em nome do governo Bolsonaro com Congresso, Judiciário e partidos

    Caio Junqueirada CNN

     O senador Ciro Nogueira (PP-PI) pretende colocar na mesa de negociação com o presidente Jair Bolsonaro para aceitar a Casa Civil que ele tenha aval político para as negociações em nome do governo com o Congresso, Judiciário e partidos e que haja um distensionamento político do Palácio do Planalto com as instituições. A ideia é que haja um sinal de Bolsonaro nesse sentido para que ele aceite o cargo.

    O modelo que ele defenderá, se aceito por Bolsonaro, será inédito tendo em vista os perfis de quem ocupou o cargo no atual governo.

    O primeiro ocupante foi Onyx Lorenzoni, que tem pouco trânsito no universo político. Seu sucessor, general Braga Netto, nunca teve diálogo com os poderes. O atual ocupante, Luiz Eduardo Ramos, desenvolveu a articulação enquanto ocupou a Secretaria de Governo, mas nada comparado à experiência de Ciro.

    A conversa entre ambos foi reagendada para a manhã desta terça-feira (27) após Ciro passar por alguns percalços no seu voo de volta do México.

    Senador Ciro Nogueira
    Senador Ciro Nogueira
    Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO

    A expectativa, segundo interlocutores de Ciro, é a de que ele seja o “Posto Ipiranga” de Bolsonaro na política, em uma alusão ao apelido que o ministro da Economia, Paulo Guedes, ganhou ainda durante a campanha eleitoral de 2018. O senador pretende ser o canal de diálogo com o universo político, mas espera que o governo como um todo minimize atritos e facilite seu trabalho nesse sentido.

    Ciro, aliás, tem dito que não pretende entrar em conflito com Guedes e que a recriação do Ministério do Planejamento não é algo que está na mesa de imediato. Ele até tem a leitura de que quem planeja o Orçamento não deve ser quem executa. Mas avalia que qualquer movimento nesse sentido agora seria um desestabilizador do ministro da Economia, cujo ideário liberal ele e também o presidente da Câmara, Arthur Lira, compartilham.

    A moderação do presidente Jair Bolsonaro e a estabilidade política no país são outros dois pontos que Ciro pretende colocar na mesa. A leitura no entorno de Ciro é a de que ele não é um político qualquer. Preside o PP, principal partido que sustenta Bolsonaro, e tem uma rede de relações no Congresso, no Judiciário e nos partidos que não pretende colocar em risco para salvar o governo Bolsonaro.

    Ele e Bolsonaro já vêm há meses conversando sobre política e os rumos do governo, mas a expectativa é a de que, na condição de principal ministro da Esplanada, ele tenha respaldo do presidente para distensionar os ânimos com os outros poderes e consiga atrair apoio político para a campanha da reeleição em 2022.