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    “Ninguém cometeria um crime daquele sem ter sido muito bem pago”, diz ministra sobre morte da irmã, Marielle

    Anielle Franco respondeu à CNN sobre possível financiamento do crime; PF investiga quantias milionárias em contas de suspeitos

    Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
    Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Reprodução/ CNN Brasil

    Elijonas Maiada CNN

    Brasília

    A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, disse, nesta quinta-feira (27), acreditar que o assassinato de sua irmã, a vereadora carioca Marielle Franco, e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018, tenha sido financiado.

    Anielle foi questionada pela CNN sobre as quantias milionárias nas contas dos presos pelo crime, como exemplo os mais de R$ 5 milhões movimentados pelo ex-bombeiro Maxwell Corrêa e o patrimônio de Ronnie Lessa, apontado pelas autoridades como executor do crime.

    “Acho que ninguém cometeria um crime daquele sem ter sido muito bem pago. Primeiro pela dificuldade que foi aquilo, segundo por toda questão que envolve não só o carro, mas a arma do crime. Agora é focar no futuro. Foram mais de cinco anos de espera. Espero de verdade que não precise esperar mais cinco anos para saber quem mandou matar e por que”, declarou a ministra.

    Irmã de Marielle, a ministra comemorou os avanços das investigações divulgados nesta semana. O ex-bombeiro Maxwell Corrêa foi preso na segunda (24) com base em uma delação premiada feita pelo ex-policial militar Élcio Queiroz. A PF também avançou na investigação com outros nomes de possíveis envolvidos.

    “Essa semana nós tivemos um passo importante. É uma espera muito longa, mas que bom que a gente tá tendo acesso a algumas informações novas. A gente está com mais esperança na verdade de chegar a quem mandou matar e por que”, reforçou.

    Dinheiro investigado

    A movimentação financeira nas contas pessoais e de empresas ligadas ao ex-bombeiro Maxwell Corrêa, o Suel, entrou na mira da força-tarefa que apura o assassinato da vereadora e do motorista.

    De acordo com a análise dos investigadores, com base em dados enviados pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), foi identificado um aumento na renda do ex-militar incompatível com o salário que ele recebia, de R$ 10 mil.

    “De acordo com as informações do Coaf, Maxwell movimentou no período de 01/04/2014 a 11/03/2019 R$ 1.110.030,00 (um milhão, cento e dez mil e trinta reais), sendo R$ 559.348,89 em créditos e R$ 550.682,92 em débitos, conforme falado anteriormente esses valores movimentados são incompatíveis para renda declarada”, aponta o relatório sobre a conta pessoal dele.

    Veja a cronologia do crime contra Marielle Franco e Anderson Gomes

    Em empresas em que Suel era proprietário ou sócio, a movimentação financeira chega a R$ 5,3 milhões em três meses.

    “De acordo com o reportado pelo Coaf, por intermédio do relatório de Inteligência, no período de 01/02/2021 a 01/05/2021 a empresa movimentou R$ 5.353.516,00 (cinco milhões, trezentos e cinquenta e três mil, quinhentos e dezesseis reais), sendo R$ 2.619.386,00 (dois milhões, seiscentos e dezenove mil, trezentos e oitenta e seis reais) em créditos e R$ 2.734.130,00 (dois milhões, setecentos e trinta e quatro mil e cento e trinta reais).”

    A análise da polícia aponta indícios do crime de lavagem de dinheiro.

    “Houve uma movimentação expressiva de recursos financeiros pela empresa, e tal fato é muito comum em investigações de lavagem de dinheiro onde são criadas empresas de fachada onde a conta bancária da pessoa jurídica é utilizada como conta de passagem de recursos financeiros, dificultando assim, qualquer investigação pelos órgãos de controle”.