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    Eleições 2022

    Nas redes, Moro bate Bolsonaro em críticas a Lula sobre Nicarágua

    Ex-juiz conseguiu capitalizar e explorar as críticas feitas ao ex-presidente, que relativizou a reeleição de Daniel Ortega

    Leandro Resende

    O ex-juiz Sergio Moro conseguiu, pela primeira vez, superar o presidente Jair Bolsonaro no engajamento de sua base de apoio no Twitter.

    Os dados coletados pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (DAPP-FGV) revelam que o presidenciável, recém-filiado ao Podemos, conseguiu capitalizar e explorar as críticas feitas ao ex-presidente Lula (PT), que relativizou a reeleição de Daniel Ortega na Nicarágua no trecho de uma entrevista do petista ao jornal “El País” que viralizou nesta semana.

    Nele, Lula comparou o tempo em que o ditador e a chanceler alemã Angela Merkel estão no poder. A análise da FGV sobre o episódio no Twitter revela que 37% dos perfis que se envolveram no debate defenderam Lula. Logo atrás, os defensores de Sergio Moro conseguiram amplificar a crítica e chegaram a 33%, à frente da base tradicionalmente bolsonarista, que respondeu por 29% do total de interações.

    O episódio é pontual, de acordo com a DAPP-FGV, mas mostra um potencial de crescimento do ex-juiz nas redes, com capacidade de aglutinar perfis e grupos ideologicamente dispersos. Isso, do ponto de vista digital, ameaça desidratar parte do apoio que Bolsonaro conseguiu nas redes sociais e foi capaz, por exemplo, de tirar os apoiadores de Ciro Gomes (PDT) do debate em virtude do crescimento de Moro.

    Para Marco Aurélio Ruediger, diretor da DAPP/FGV, o caso da Nicarágua evidencia uma primeira derrota do bolsonarismo nas redes e mostra que o ex-presidente Lula não terá vida fácil em sua tentativa de modular o discurso e tentar se aproximar do eleitor de centro.

    “Bolsonaro não está mais fraco, mas essa base digital perder o destaque é algo muito raro de acontecer. Moro começa bem-sucedido, e bem à frente de outros atores como o PSDB, na busca por tentar romper a polarização do atual presidente com Lula”, resumiu.

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