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    Não tenho dúvida de que Pazuello será novamente convocado, diz Eduardo Braga

    Para senador do MDB do Amazonas, depoimentos de Pazuello e Mayra Pinheiro apresentaram contradições

    Gregory Prudenciano e Rudá Moreira, da CNN, em São Paulo e em Brasília

    Membro titular da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia e senador pelo Amazonas, Eduardo Braga (MDB) disse à CNN nesta terça-feira que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello seguramente será convocado a prestar novo depoimento à comissão. 

    O senador afirmou que houve contradições entre o que foi dito nesta terça-feira pela secretária de Gestão do Trabalho e Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, e o que afirmou Pazuello na semana passada, principalmente em relação ao que de fato ocorreu para que o aplicativo TrateCOV tenha saído do ar. 

    “Eu não tenho dúvida de que o ministro Eduardo Pazuello será novamente convocado e, desta feita, esperamos nós, que sem o habeas corpus”, disse Braga, em referência ao benefício concedido a Pazuello pelo Supremo Tribunal Federal e que o dispensou da obrigatoriedade de responder às perguntas dos senadores. No entanto, apesar de ter recebido o habeas corpus, Pazuello não se negou a responder aos questionamentos. 

    Para Eduardo Braga, caberia também uma reconvocação do atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que compareceu à CPI na primeira semana de oitivas. O senador avalia que algumas questões relacionadas à vacinação contra a Covid-19 no Brasil ainda vão precisar ser esclarecidas, e conta com o depoimento do presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, para “elucidar uma série de situações com relação à vacina do Butantan”, a Coronavac. 

    O depoimento de Dimas Covas na CPI da Pandemia está agendado para esta quinta-feira (27). 

    Depoimentos de governadores

    Questionado se há algum tipo de racha no G-7, grupo de senadores independentes (caso de Braga) e de oposição que formam maioria na CPI, o senador pelo Amazonas tergiversou e disse que a unidade do grupo será testada na sessão desta quarta-feira (26), quando serão votados vários requerimentos. 

    Como apurou o analista de política da CNN Caio Junqueira, o integrante do G-7 e presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), está liderando uma iniciativa no grupo majoritário da comissão para convocar a depor governadores e prefeitos de capitais que foram alvo de investigações da Polícia Federal sobre malversação de recursos injetados dos entes federais pela União. 

    O presidente da CPI defende que é necessário fazer um aceno político à minoria governista, que tenta levar o foco da investigação para os estados e municípios. 

    À CNN, Braga lembrou que as operações da PF que devem ser usadas como critério para votação dos requerimentos de oitiva precisam estar relacionadas a verbas que partiram da União para estados e municípios, “caso contrário a Constituição não permite”.

    O senador criticou o governador de seu estado, Wilson Lima (PSC), que segundo ele “disse que estava tudo sob controle” na Saúde do Amazonas, “e não estava”, o que teria desestimulado uma eventual intervenção federal na Saúde do estado, o que foi defendido por Eduardo Braga ainda em janeiro de 2021, quando amazonenses chegaram a morrer por falta de insumos hospitalares, destacadamente oxigênio. 

    O senador Eduardo Braga (MDB-AM)
    O senador Eduardo Braga (MDB-AM) (15.Mai.2021)
    Foto: Reprodução/CNN

    Depoimento de Mayra Pinheiro

    Depondo à CPI da Pandemia nesta terça-feira, a secretária do Ministério da Saúde Mayra Pinheiro defendeu o tratamento da Covid-19 com medicamentos sem eficácia comprovada contra a doença. Segundo ela, “toda doença deve ser tratada precocemente”. 

    Para Mayra, a hidroxicloroquina tem efeito antiviral, mas foi rebatida pelo senador Otto Alencar (PSD-BA), também médico, que disse que o medicamento é, na verdade, um antiparasitário. 

    A secretária também defendeu a vacinação como maneira de enfrentar a Covid-19. “Sou a favor de vacinas, é essa a minha luta”, disse. 

    Questionada sobre o aplicativo TrateCOV, que foi disponibilizado pelo Ministério da Saúde e dias depois foi tirado do ar, a secretária afirmou que a ferramenta era somente um protótipo e que não foi hackeado, mas, sim, houve uma “extração indevida de dados”. 

    Ela reconheceu, no entanto, que não houve qualquer tipo de alteração nos códigos-fonte da plataforma ou nas recomendações programadas no aplicativo, mas que ainda assim o sistema foi retirado do ar “para investigação”. 

    Em seu depoimento à CPI na semana passada, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello disse que o TrateCOV foi suspenso após um hackeamento, e que, por conta da invasão, apresentava resultados diferentes do esperado. 

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