Não tem nenhuma possibilidade do Solidariedade apoiar Bolsonaro, diz Paulinho da Força à CNN
Presidente do partido ressalta que tendência é de apoio a Lula, mas diz que não vai enquadrar os diretórios e quer discutir o apoio “agora em outras condições” com o PT
Após ser vaiado em evento do Partido dos Trabalhadores na última quinta-feira, Paulinho da Força, presidente do Solidariedade, negou que a sigla possa apoiar a candidatura do presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição. “Não existe nenhuma possibilidade de o partido embarcar na candidatura do Bolsonaro”, disse à CNN neste sábado (16).
Ele ressaltou que a maior chance é de um apoio do partido ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas que vai “discutir” o assunto em reunião no início da próxima semana com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann.
“Avisei a Gleisi que não íamos decidir o apoio no dia 3. Não significaria um rompimento do apoio ao Lula, mas gostaríamos de discutir agora em outras condições. O que pensa o PT de uma aliança mais ampla, além de parte da esquerda que o PT juntou até agora.”
Paulinho declarou ainda que não quer ver seu partido como um “patinho feio” na aliança em torno do ex-presidente Lula. E nega arrependimento por ter votado pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o que seria um dos motivos das vaias no evento petista. “O Solidariedade não quer ser o patinho feio da aliança. Eu, por exemplo, não me arrependo de ter votado no impeachment da Dilma. Então, se for para discutir o impeachment da Dilma, nós não vamos concordar. O PT chama para a festa para ser hostilizado? Ninguém quer ser convidado para a festa para ser hostilizado.”
Sobre um apoio amplo dentro do partido à aliança com o PT, Paulinho disse que vai trabalhar pela candidatura do petista, mas não vai “enquadrar” os diretórios que se mostrarem contrários à candidatura do ex-presidente. “Não dá para você enquadrar um diretório no Brasil inteiro, né? Tem estado que não tem como.”
Na tarde deste sábado, a presidente do PT foi às redes sociais elogiar Paulinho. “O Solidariedade e o companheiro Paulinho da Força são muito importantes na nossa frente pela democracia e pela reconstrução do Brasil”, postou no Twitter.
Conversa com Ciro Nogueira
O presidente do Solidariedade ainda confirmou que trocou mensagens com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, conforme revelado pelo site “O Antagonista”.
Paulinho diz, porém, que a conversa sobre integrar a base governista não passou de uma brincadeira com Ciro, de quem diz ser amigo há muitos anos. “Aconteceu, aconteceu. Ciro é meu amigo independente de partido. É amigo antigo. Nós temos relação desde quando ele era deputado e eu nem deputado era ainda. Assim que saiu a notícia de que tinha sido vaiado, ele me mandou uma mensagem brincando. Dentro da nossa relação, e eu também mandei uma mensagem para ele bem na brincadeira, até falando palavrão. Enfim. Eu passei essa mensagem dele para um amigo meu e o cara vazou a mensagem. É muito da amizade que a gente tem. Ele sabe, desde o início, que não tem jeito não tem nenhuma possibilidade de eu apoiar o Bolsonaro, entendeu?”
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