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    Não são manifestantes, mas milícias ideológicas, diz Raul Jungmann sobre ataques

    Ex-ministro também lembrou que o acampamento montado na Praça dos Três Poderes é ilegal, e que foi noticiada a presença de armas no local

    Da CNN, em São Paulo

    Diante do aumento crescente na tensão entre poderes em Brasília, especialmente depois do grupo “300 do Brasil” ter realizado ataque simbólico ao Supremo Tribunal Federal (STF) durante o final de semana, a CNN entrevistou o ex-ministro da Defesa, Raul Jungmann, que avaliou o momento político no Brasil e disse que o grupo que organizou os ataques não são ativistas, mas milicianos ideológicos.

    “A liberdade de expressão está garantida na Constituição e garante que o cidadão expresse suas opiniões. Isto é uma coisa. Quando você realiza ameaças, calúnias e injúrias a determinados poderes, estamos falando de milícias ideológicas, por isso foi invocada a lei de segurança nacional. Isso deve ser reprimido e os responsáveis devem ser punidos.”

    Jungmann lembra que durante o vídeo é possível escutar falas de participantes sobre o ângulo em que os fogos estavam sendo atirados, dando a entender que poderiam se utilizar de outros artefatos para atingir a suprema corte.

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    Ele também lembrou que o acampamento montado na Praça dos Três Poderes é ilegal, e que foi noticiada a presença de armas no local, configurando outro crime por parte do grupo. “Não há nada menos democrático do que ameaçar autoridades que sustentam legitimamente a ordem democrática no país.”

    Forças armadas

    O ex-ministro também abordou o uso do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) das forças armadas, relembrando nota emitida pela Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom), que despertou sentimentos dúbios sobre o que o Planalto pretende deixar claro com o texto. Para Jungmann, o governo federal tenta a todo momento politizar as forças armadas, mas se coloca em paradoxo com o texto que foi assinado por Bolsonaro, o vice-presidente Hamilton Mourão e o ministro da Defesa, Fernando Azevedo.

    Você tem agentes políticos fazendo afirmações políticas sobre as forças armadas. Mas elas não são consultadas sobre estes temas porque não estão na política. Isso significa que temos nesse caso a tentativa de fazer uso político das forças armadas, algo que é proibido pela própria Constituição.”

    Ele diz ainda que a opinião pública muitas vezes confunde generais ministros e os generais das forças armadas, e que só a segunda categoria é que efetivamente comanda o grupo. Ele ainda questiona as falas de Bolsonaro que dão a entender que ele é quem comanda de maneira irrestrita os militares.  

    “As forças armadas não são Bolsonaro, como não foram de Lula, nem de FHC, nem de Temer nem de nenhum outro presidente.”

    Em seu entendimento, Jungmann diz que a cartada das forças armadas de Bolsonaro é resultado da renúncia do presidente em não governar com o Congresso.

    “Bolsonaro decidiu que não iria governar com o Congresso. Ele tem recorrido a dois mecanismos: primeiro ele diz que tem a espada, o exército e as outras forças armadas. O outro é quando diz ter o povo, sempre com tentativa de pressionar os poderes. Isso contamina o ambiente político.”

    (Edição: André Rigue)

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