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    ‘Não respondo sobre reunião’, diz Bolsonaro sobre encontro com Miranda

    Antes de passeio de moto com apoiadores, presidente afirmou que CPI apura uma 'história fantasiosa' em relação ao contrato da Covaxin

    Giovanna Galvani, da CNN, em São Paulo *

     O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confirmou neste sábado (10) que o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) pediu um encontro com ele em Brasília, mas não entrou em detalhes sobre como teria sido a conversa com o parlamentar. Miranda foi o responsável por denunciar suspeitas de irregularidades na compra da vacina Covaxin pelo Ministério da Saúde. 

    “Eu não me reuni. Ele pediu uma audiência para conversar comigo sobre vários assuntos. Eu não respondo sobre reunião. Eu tenho reunião com cem pessoas por mês, dos assuntos mais variados possíveis”, disse Bolsonaro, em entrevista à Rádio Gaúcha. “Eu não posso simplesmente, ao chegar qualquer coisa pra mim, tomar providência imediatamente. Tomei providência nesse caso.”

    Bolsonaro fez as declarações antes de prosseguir para um passeio de moto realizado com apoiadores em Porto Alegre. O presidente também voltou a atacar a CPI da Pandemia e disse que há uma “história fantasiosa” sendo apurada pela comissão em relação à Covaxin. Ele reafirmou que não pretende responder à carta enviada pelos senadores da CPI sobre a suposta menção que teria feito a um envolvimento do líder do governo na Câmara, o deputado Ricardo Barros (PP-PR), em irregularidades apontadas por Miranda.

    “Eu não vou responder. Eu não tenho obrigação de responder, ainda mais carta para três bandidos. Eu vou responder para ladrões, bandidos? Eu não vou responder”, finalizou.

    Em depoimento à CPI, o deputado Luis Miranda disse que ouviu o presidente prometer que enviaria as suspeitas levadas por ele e por seu irmão, o servidor Luis Ricardo Miranda, chefe da divisão de importação do Ministério da Saúde, até a Polícia Federal. No entanto, a PF só abriu inquérito sobre o caso no último dia 30 de junho, a pedido do ministro da Justiça, Anderson Torres.

    Passeio de moto

    O passeio de moto de Bolsonaro com apoiadores em Porto Alegre começou por volta das 10h. O trajeto passou pelas cidades de Canoas e Gravataí e durou cerca de duas horas. 

    Bolsonaro chegou de helicóptero, às 9h30, da cidade de Bento Gonçalves, na serra gaúcha, onde cumpriu agenda na sexta-feira (09). Sem máscara, o presidente seguiu de moto para o percurso em terra.

    A apoiadores, Bolsonaro afirmou que o passeio simbolizaria “a liberdade” e o “compromisso com a democracia”. “Não abriremos mão da democracia, da nossa liberdade e dos nossos direitos garantidos na constituição, quem pensa o contrário está no caminho errado”, disse.

    Nos últimos dias, uma afirmação do presidente acerca da realização das eleições, com insultos ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Luís Roberto Barroso, gerou uma crise política que fez até partidos da base aliada se manifestarem neste sábado.

    De acordo com a agenda, Bolsonaro almoça com empresários após o passeio, às 12h45, e, por volta das 14h40, retornará para Brasília.

    A Brigada Militar, nome da PM no Rio Grande do Sul, e Polícia Rodoviária Federal não divulgaram custos nem efetivo policial usado no evento. A EPTC, Empresa Pública de Transporte e Circulação em Porto Alegre, explicou que haverá alterações e impedimentos temporários do trânsito e do transporte público da capital por onde a “motociata” passar e, em seguida, liberação. Os órgãos públicos não divulgaram estimativa de público.

    A CNN questionou o Governo do Estado sobre uma possível penalidade pela falta de uso de máscaras ou aglomerações, mas ainda não obteve resposta. Segundo decreto estadual, a multa pela falta de máscara é de cerca de R$2 mil reais, podendo chegar a R$4 mil em caso de reincidência.

    *Com Bruna Ostermann, Bruno Oliveira e Jairo Nascimento, da CNN, em Porto Alegre

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