‘Não houve risco à integridade do sistema’, diz Barroso de atraso nos resultados
Durante a coletiva, Barroso, presidente do TSE, celebrou uma abstenção "inferior a 25%" nas eleições municipais de 2020
Em discurso no final da noite deste domingo (15), após a confirmação dos resultados eleitorais na maioria das capitais do país, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Luís Roberto Barroso, comentou o atraso dos resultados nas eleições municipais de 2020.
“Tivemos um problema de lentidão no sistema de totalização e divulgação dos resultados”, comentou o ministro, antes de ressaltar não ter havido qualquer risco à “integridade” do sistema eleitoral.
“Gostaria de repetir que não houve qualquer risco para a integridade do sistema e fidedignidade dos resultados”, acrescentou.
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Barroso resumiu o incidente, ainda sendo investigado, como um “problema objetivo de hardware” que levou a um atraso.
“Decorreu provavelmente do aumento das medidas de segurança que nós trouxemos ao sistema e de uma possível falha em um dos processadores“, avaliou.
Apesar de lamentar a situação, o ministro minimizou as consequências da maior demora para a divulgação oficial dos resultados.
“Esse problema teve como única consequência o atraso de pouco menos de três horas na divulgação dos resultados. Nas últimas eleições presidenciais, o resultado foi divulgado às 21h20, menos de três horas de diferença”, disse.
“Nos acostumamos mal para bem”, afirmou Barroso durante a coletiva, elogiando o Brasil por ter resultados no mesmo dia da eleição.
Mais cedo, Barroso havia apontado a centralização das apurações no sistema do TSE como possível motivo pelo atraso. O ministro repetiu a hipótese, mas enfatizou que a medida visa uma maior segurança na apuração.
“A centralização no TSE, que na entrevista anterior eu sinalizei que não tinha simpatia, foi uma recomendação da perícia da Polícia Federal em nome de se prover maior segurança”, disse.
“É possível que a centralização seja a causa (do atraso), mas foi uma decisão técnica decorrente de uma recomendação da Polícia Federal. Embora eu tenha dito anteriormente que não tinha simpatia pela medida, eu também a teria tomado se fosse sobre minha gestão”, prosseguiu Barroso.
Abstenções
Durante a coletiva, Barroso celebrou, ainda, uma abstenção “inferior a 25%” na eleição.
“Em plena pandemia, tivemos um índice de abstenção pouca coisa superior às das eleições passadas”, elogiou o ministro.
“Queria agradecer de coração o eleitorado brasileiro que compareceu em massa apesar das circunstâncias”, disse.