“Não há hipótese de se repetir o 8 de janeiro”, diz Ricardo Cappelli
Fala do ministro da Justiça em exercício aconteceu durante assinatura do plano de segurança para o ato da próxima segunda-feira (8)
O ministro da Justiça em exercício, Ricardo Cappelli, disse nesta quinta-feira (4) que “não há hipótese de se repetir o 8 de janeiro”, comparando a próxima segunda-feira (8) com a data no ano passado, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e vandalizadas.
“A reação da sociedade e dos poderes foi muito forte e estabeleceu um limite muito claro. A união dos poderes no dia seguinte, atravessando a Praça dos Três Poderes, deixou claro que não existe nada, não existe diferença política que se sobreponha à Constituição Federal”, declarou.
A fala de Cappelli foi durante evento na sede do Governo do Distrito Federal, ao lado da governadora em exercício, Celina Leão (PP).
“Por cima de diferenças partidárias e ideológicas está o Brasil. E para proteger o Brasil precisamos estar todos de mãos dadas”, reforçou o ministro em exercício.
Cappelli complementou dizendo que “não se confunde manifestação democrática com tentativa de golpe de Estado, com ataque aos poderes, com depredação do patrimônio público e histórico”.
O plano de segurança para a próxima segunda-feira foi assinado de forma simbólica por Cappelli, Celina, o secretário nacional de segurança, Tadeu Alencar, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Antônio Fernando Oliveira.
Detalhes do plano de segurança
A CNN divulgou na manhã desta quinta os detalhes do plano integrado de segurança para o próximo dia 8 de janeiro e nele há previsão de fechamento parcial da Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
O bloqueio deve ser da avenida José Sarney, uma antes da avenida das Bandeiras, em frente ao Congresso Nacional, até o fim da Praça dos Três Poderes. Na parte de cima, até a Rodoviária do Plano Piloto, estará liberada.
O acesso aos prédios públicos ao fim da Esplanada e à Praça dos Três Poderes deverá ser feito pelas avenidas N1 e S1, por trás dos ministérios.
Com isso, ficarão protegidos: Congresso, Supremo Tribunal Federal, Palácio do Planalto, Ministério da Justiça e Itamaraty.
O plano de segurança é considerado “padrão” para grandes eventos e deve ser repetido. Integrantes da cúpula da Segurança do DF adiantaram à CNN, porém, que nada impede que esse protocolo possa ser alterado 24 horas antes do evento, em caso de necessidade.
Plano de segurança
Até o momento, a inteligência da Secretaria da Segurança do DF não identificou ameaças para a próxima segunda-feira ou elementos que possam ensejar algum ataque. Se houver mudança, o plano de segurança será alterado, reforçam as autoridades.
Grades duplas serão montadas e mais de 500 policiais militares terão base em frente ao Ministério da Justiça, de prontidão para agir se for necessário. Além de 250 agentes da Força Nacional. Ao todo, segundo a governadora Celina Leão, o contingente chega a 2 mil agentes de segurança.
A ideia é que os PMs fiquem em frente ao Congresso caso algum ato com mais animosidade aconteça. A Cavalaria e o Batalhão de Operações Especiais (Bope) também ficarão de prontidão.
Integração entre os órgãos
“Faremos de tudo para criar o menor transtorno possível para quem tiver necessidade de acessar a região”, disse à CNN o secretário de segurança licenciado do DF, Sandro Avelar, em referência ao dia ser em uma segunda-feira, dia útil.
Avelar, de férias, voltou nesta quinta (4) à capital federal.
“A integração sempre foi regra, mas, após o 8 de janeiro, há uma relação ainda mais estreita entre todos os órgãos federais e do DF, além da participação direta da Polícia do Legislativo e Judiciário. O plano é padrão, mas a data cobra de todos que os órgãos mostrem a integração e a integralidade. Poderia dizer que é um espólio de guerra. Mesmo as situações ruins geram aprendizado. Nunca estivemos tão unidos”, reforçou o secretário em exercício, Alexandre Patury.
Solenidade
Na próxima segunda-feira (8), uma solenidade está marcada para acontecer no Congresso com as presenças dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para relembrar um ano dos atos criminosos contra os Três Poderes.
Autoridades do Executivo e Judiciário já confirmaram presença. Alguns governadores devem viajar a Brasília para a cerimônia.