Não há dúvida de que houve financiadores do 8 de janeiro, e CPMI vai buscar identificá-los, diz relatora à CNN

Em entrevista à CNN nesta quinta-feira (25), a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), que é a relatora da CPMI que investiga o ataque aos Três Poderes em 8 de janeiro, em Brasília, disse que o ponto principal da apuração será identificar os financiadores, autores intelectuais e incentivadores dos crimes cometidos.

“Não há dúvida de que tiveram financiadores”, disse Gama, citando a existência de “elementos de luxo” – como massoterapia – no acampamento de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que ficou instalado no quartel-general de Brasília por mais de dois meses após as eleições de 2022.

“Foram dois, três meses de acampamento. Foi muito dinheiro gasto, quem financiou não foi alguém com pouco acesso financeiro. Era financiamento apenas privado ou teve algum financiamento público desviado?”, questionou a senadora.

“Precisamos entender: houve alguém que tinha conhecimento da forma como se trabalhava e de como invadir, como quebrar, que deu a orientação devida. Foi algo muito bem-planejado e muito bem-orquestrado”, disse Gama. “Buscaremos estas respostas nos próximos dias da CPI”.

A relatora adiantou que vai buscar acesso aos documentos já existentes sobre o ataque aos Três Poderes. Há investigações em curso no Supremo Tribunal Federal (STF), na Polícia Federal (PF) e uma CPI na Câmara do Distrito Federal.

“Há várias informações que já foram colhidas e provas importantes que poderão, sim, ser compartilhadas com a CPMI”, falou. Segundo ela, esse é um dos pontos que constará no plano de trabalho da Comissão, que será apresentado na próxima quinta-feira (1º).

A senadora também disse que a investigação permitirá que se afirme, com certeza, se o ataque correspondeu a uma tentativa de golpe de Estado. “Um golpe é antecipado por ataques às sedes dos Poderes. Eu não posso afirmar [que houve uma tentativa de golpe] de forma peremptória nesse momento, porque temos um processo em andamento, mas os fatos nos levam a crer que houve”.

Veja a entrevista completa no vídeo acima