‘Não é papel do ministro fazer triagem no Enem’, diz presidente de comissão
Presidente da comissão de educação da Câmara afirmou à CNN que não é atribuição de Milton Ribeiro fazer triagem prévia no Enem
A presidente da comissão de educação da Câmara dos Deputados, Professora Dorinha (DEM-TO), afirmou à CNN nesta sexta-feira (4) que não é uma atribuição do ministro da Educação fazer uma triagem das questões elaboradas para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
Em entrevista à CNN, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou que pedirá acesso prévio ao conteúdo da prova nacional para garantir, nas palavras dele, questões de natureza mais técnica e menos ideológica.
A intenção do ministro tem causado polêmica no Congresso Nacional. “Eu não acho que seja uma atribuição do ministro fazer uma avaliação prévia ou uma triagem. E não vejo como necessário uma triagem com participação e envolvimento do ministro”, disse a deputada federal.
A presidente da comissão também ressaltou que não considera adequada a preocupação do ministro com o que ele mesmo chamou de questões subjetivas e ideológicas. Segundo ela, a avaliação nacional é feita por uma equipe capacitada e por especialistas com perfil técnico. “A realização do Enem é extremamente importante. É um canal de acesso às instituições de ensino superior. Então, a realização é muito importante. Não vejo adequada essa preocupação com questões subjetivas e ideológicas. Não vejo que isso deveria ser uma preocupação do ministro”, observou.
Na entrevista à CNN, o ministro foi questionado se o pedido de acesso ao Enem foi uma orientação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ele afirmou que tanto o incômodo em relação ao conteúdo quanto a solicitação para que possa intervir nas questões partiu exclusivamente dele.
Para o ministro, as temáticas que ele considera mais “subjetivas” devem ser restritas à redação e todas as demais, de múltipla-escolha, devem ser mais “técnicas”. “A redação, a gente pode deixar um pouco mais aberta para a expressão da opinião dos alunos a respeito de determinados temas, mas não as perguntas objetivas”, afirmou o ministro.