Não acho provável que eleição seja decidida no primeiro turno, diz especialista
Em entrevista à CNN, cientista político Renato Meirelles afirmou que pesquisas passariam segurança de resultado no primeiro turno "em condições normais de temperatura e pressão" – algo que afirma não ser comum no processo eleitoral brasileiro
Pesquisa XP/Ipespe divulgada nesta sexta-feira (27) mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 45% das intenções de voto na corrida pelo Palácio do Planalto. O presidente Jair Bolsonaro (PL) tem 34%.
Em entrevista à CNN neste sábado (28), o cientista político e presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, não acha provável que as eleições para a Presidência sejam decididas já no primeiro turno.
Ele argumenta que, “em condições normais de temperatura e pressão”, os números da pesquisa passariam a segurança necessária para indicar um resultado em um turno.
“Só não acho provável porque o Brasil não é um país que costuma ter seu processo eleitoral correndo em condições normais de temperatura e pressão”, disse.
“Nós já tivemos facada, queda de avião. Como nosso país não é um país que costuma decidir as coisas tão antes, acho que alguma coisa ainda pode acontecer para que essas condições não se apliquem até outubro”, completou.
O especialista ainda avaliou que não acredita que a chamada “terceira via” possa conquistar os eleitores que já estão “cristalizados”, ou com o ex-presidente Lula (PT) ou com o presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Na pesquisa do Ipespe, observamos que somente 8% do eleitorado, ao mesmo tempo, não votaria de jeito nenhum no Lula, e não votaria de jeito nenhum no Bolsonaro”, disse.
Ele acrescenta que, ao ver os resultados da pesquisa eleitoral espontânea, no qual não há nenhum estímulo para as pessoas declararem seu voto, “temos 70% dos eleitores que declaram espontaneamente votar em um dos dois candidatos, Lula ou Bolsonaro”.
“Isso não existe na história do Brasil. Se juntar brancos, nulos e indecisos, todos os outros candidatos, [juntar] o Ciro Gomes que tem metade dos votos da terceira via, tudo isso junto não iria nem para o segundo turno”, afirmou.
“Então é muito difícil pensar em terceira via”, concluiu.
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