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    Na reta final, CPMI ouve investigado por financiar atos de 8/1 e policial agredido nesta semana

    Interesse pela comissão entre os membros diminuiu nas últimas semanas, tanto entre os parlamentares governistas quanto entre os de oposição

    Marcos AmorozoJussara Soaresda CNN , em Brasília

    Na reta final e com pouco barulho, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro planeja ouvir nesta semana os depoimentos de Argino Bedin, empresário investigado como financiador dos atos criminosos, e Beroaldo José de Freitas Júnior, policial militar que atuou na defesa do Congresso Nacional.

    O interesse pela CPMI entre os membros diminuiu nas últimas semanas, tanto entre os parlamentares governistas quanto entre os de oposição.

    Isso ficou nítido na última quinta-feira (28), quando o depoimento de Alan Diego dos Santos, preso por tentar explodir um caminhão-tanque perto do Aeroporto de Brasília, foi desmarcado por falta de quórum.

    Outra mudança que não estava sendo esperada e que diminui as forças da CPMI foi a retirada do depoimento do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa de Jair Bolsonaro (PL).

    Fontes do Congresso ouvidas pela CNN afirmam que a retirada do depoimento partiu de uma vontade do presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-BA), e pode ter sido influenciada pelo desejo da base e da oposição de buscarem o fim da CPMI.

    Parlamentares governistas avaliam que a CPMI não tem mais razão de ser, já que há investigações avançadas sobre o 8 de janeiro em várias frentes, incluindo a delação do tenente-coronel Mauro Cid.

    Com isso, o ímpeto para aprovar a convocação do almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, diminuiu. Garnier teria participado de um encontro com Bolsonaro para discutir um suposto plano de intervenção militar, informação revelada durante a delação de Cid.

    Uma das fontes afirmou que a CPMI virou palco “para fazer meme e gerar conteúdo para a sua bolha”, em referências às inquisições e discursos dos parlamentares durante os depoimentos.

    Entre a oposição, o sentimento é parecido. Em minoria no colegiado, aliados de Bolsonaro (PL) já enxergam a dificuldade em convocar Sandro Augusto de Sales Queiroz, ex-comandante do Batalhão de Pronto Emprego da Força Nacional.

    Por isso, trabalham em outras frentes nesta reta final. À essa altura, o plano é fazer das derrotas elementos de uma narrativa para tentar desqualificar o resultado das apurações do colegiado.

    O foco agora estaria na elaboração de um relatório paralelo alternativo ao texto que será apresentado pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA).

    À CNN, em conversas reservadas, parlamentares admitem que o texto de Eliziane deverá ser aprovado. Mesmo assim, vão entregar um relatório paralelo para marcar posição.

    O relatório final será entregue no dia 17 de outubro e votado no dia 19. Até lá, estão previstas três audiências: os depoimentos de Argino Bedin e Beroaldo; e uma outra marcada para o dia 10, terça-feira da semana do feriado de Nossa Senhora Aparecida.

    Esta última sessão também corre o risco de ser cancelada devido ao baixo quórum, uma vez que nas semanas de feriado o Congresso Nacional costuma ficar vazio.

    Vídeo — CPMI do 8/1 desmarca depoimento do general Braga Netto

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