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    ‘Mudou o protagonista no RJ, mas enredo se mantém’, diz superintendente da PF

    Em entrevista à CNN, o superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, Tácio Muzzi, avaliou a operação que afastou o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), do cargo por 180 dias. O político é investigado em operação que apura corrupção em contratos públicos do Executivo fluminense.

    “Esta operação veio como desdobramento de outra duas, Placebo e Favorito. O que se verificou nesta situação é que mudaram os protagonistas, mas o enredo continua o mesmo. Um dos esquemas envolve mão de obra terceirizada contratada e empresas ligadas diretamente aos empresários corruptores que destinam recursos a servidores públicos. Toda esta situação lembra muito o ex-governador Sergio Cabral. [Neste caso] Se recebe valores para, em tese, um contrato que não tem um serviço prestado. (…) Sofisticado esquema de desvio que se agravou na pandemia”, explicou.

    O superintendente também explicou o motivo para o nome da operação. De acordo com ele, é uma referência ao “modus operandi” já adotado por outros governantes do estado, que terminaram presos ou acusados por desvios. No caso de Witzel, na avaliação de Tuzzi, o afastamento é uma substitutiva da prisão temporária do político. 

    “O próprio nome da operação [Tris in Idem] já mostra uma reiteração de modo crimonoso. O que motivou este nome é que a mesma metodologia da prática criminosa era adotada pelo antecessor [governador] Pezão e antes, por Sergio Cabral. Esta decisão de afastamento foi deferido e o cumprimento de mandados não só de busca, mas também de prisão temporária e, no caso do governador, o afastamento”, explicou. 

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    Muzzi
    Tácio Muzzi avalia a operação que afastou o governador do RJ
    Foto: Reprodução/CNN

    “A medida de afastamento [de Witzel] foi uma substitutiva da prisão preventiva, ela está prevista no Código Penal. No entanto, o próprio ministro destaca um sofisticado esquema criminoso. Temos que lembrar que alguns recursos eram oriúndos da Saúde. Isso já se verificava antes da pandemia e, nela, se agravou”

    Em coletiva nesta sexta-feira (28), Witzel alegou inocência, garantiu que não existe “um papel” de prova contra ele e acusou a subprocuradora-geral da República, Lindora Araújo, de influenciar a decisão monocrática do ministro Benedito Gonçalves, do STJ. 

    De acordo com Tuzzi, a tentativa de se politizar a decisão, “é natural”. “Falo com tranquilidade, pela Polícia Federal, pela atuação não só aqui do Rio de Janeiro. Agora, os elementos apresentados são fortes e são fatos graves”, finaliza.

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